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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Freguesia de Santalha

Santalha fica situada na parte noroeste do concelho de Vinhais, a cerca de quinze quilómetros da freguesia-sede. É delimitada pelas suas congéneres de Tuizelo, Pinheiro Novo, Vilar Seco de Lomba, Quirás, Edral e Montouto.
O seu povoamento remonta, pelo menos, à Idade do Ferro. O povoado fortificado de Castelo Seixão assim o comprova. Trata-se de um antigo povoado, que continuou a ser habitado ao longo de um grande período da Pré-História. Era um pequeno povoado, localizado num esporão rochoso de uma chã planáltica de elevada altitude. As condições de defesa naturais eram boas e a localização estratégica excelente. O sistema defensivo era constituído por uma muralha no lado norte e por uma barreira natural de rochas nos restantes lados. Foram encontradas, no seu interior, mós manuais e de cerâmicas manuais, interpretadas como sendo da Idade do Bronze e do Ferro.
O Castro de Vilarinho das Touças é também um povoado fortificado da Idade do Ferro. Conhecido também como Monte Castro, Castro de Meias ou Castro Podre, ficava num pronunciado cabeço a noroeste da sede de freguesia, de onde tinha um bom controle geo-estratégico sobre as terras em redor. As condições de defesa naturais tornavam o recinto interior praticamente inexpugnável, graças ao interflúvio provocado pela intercepção da ribeira da Carvalha com o rio Assureira. Igualmente da Idade do Ferro é o Castelo de Santalha, ou a Cerca, ou o Forno dos Mouros. Era um povoado fortificado de grandes dimensões, localizado numa encosta sobre o regato da Vergadela.
Tinha razoáveis condições de implantação estratégica e de defesa natural. Uma muralha em pedra defendia o povoado, sendo que, do lado nordeste, essa muralha era precedida por um fosso. Noutras partes, não havia muralha, mas um conjunto de rochas de grandes dimensões que serviam como barreira. No interior das muralhas, encontrava-se um recinto com a forma de um losango e 220 metros de comprimento máximo. Estava dividido em duas partes: a norte, em posição mais elevada, uma vasta acrópole rochosa; mais abaixo, uma grande plataforma aplanada. Não foram encontrados materiais de superfície. A fundação da freguesia remonta à Idade Média.
Nas Inquirições de 1258, ordenadas por D. Afonso III, já é feita uma referência à paróquia de Santalha ou Santa Eulália de Santalha. Recebeu carta de foral durante o reinado de D. Dinis, em 1311 e 1324, como forma de promover o desenvolvimento da região. Em 1512, o rei D. Manuel I concedeu-lhe foral novo. A partir de 1837, fruto do desenvolvimento alcançado, passou a ser vila e sede de concelho. Um município constituído pelas freguesias de Edral e Frades, Moimenta, Pinheiro Novo e Pinheiro Velho, Santalha e Seixas, São Jomil e Vilar, e Tuizelo. Nessa altura, era um centro de comércio relativamente importante, pois era aqui que as aldeias da Lomba vinham abastecer-se e vender os seus produtos.
O concelho viria a ser extinto durante a reorganização administrativa do país de 1853 e a totalidade da sua área integrada no concelho de Vinhais. No que diz respeito ao património edificado, a primeira palavra vai para a Igreja Paroquial de Santa Eulália.
A construção actual substituiu uma outra que, em tempos, existiu no mesmo local. A fachada principal, que ostenta frontão de grandes dimensões logo a seguir ao portal principal, termina em empena, truncada por uma sineira com dois sinos. No interior, conserva uma pia baptismal de origem medieval, que deverá ter vindo do anterior templo. É composto por uma só nave e capela-mor, sendo que, nesta, destaca-se o altar-mor seiscentista em talha dourada.
Sobre o rio Rabaçal, entre Santalha e Gestosa, encontra-se uma ponte romana, assente em dois arcos de volta perfeita e com tabuleiro horizontal. A sua largura não chega aos cinco metros. A montante e a jusante, pode ver-se um talha-mar alto triangular. O pavimento do tabuleiro é lajeado e as guardas de alvenaria em xisto. Existe ainda uma outra ponte, conhecida como Ponte Antiga, sobre o rio Assureira; a Igreja de S. Clemente (Seixas) e Igreja Nova (Penso); e as Capelas de S. Marçal (Penso) e Santa Margarida (Contim). Não menos importantes são os vestígios que ainda subsistem de uma economia que, ao longo dos séculos, foi essencialmente comunitária. Assim, temos ainda fontes, moinhos, lavadouros e fornos comunitários, pombais e colmeias tradicionais.
Uma palavra especial para a chamada Fonte de Ferro – uma estrutura muito antiga que se situa na sede da freguesia. A ordenação heráldica da freguesia, cujo parecer favorável foi emitido pela Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses a 27 de Março de 2003, é a seguinte: Brasão – Escudo de prata, dois feixes de espigas de centeio de verde, atados de vermelho e um cacho de uvas de púrpura, folhado de verde, tudo bem alinhado e, em chefe, uma palma de verde posta em faixa. Coroa mural de quatro torres. Listel branco com legenda a negro: «SANTALHA – VINHAIS». Bandeira - Esquartelada de verde e branco. Cordão e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro. Selo – Nos termos da lei, com a legenda «Junta de Freguesia de Santalha – Vinhais.
Área: 2767 ha
População: 430 habitantes
Património cultural edificado: Igreja Paroquial de S. Marçal, de Stª Margarida, Igreja de Stº António, Ponte Romana, Castelo Seixão, Fornos dos Mouros, Moinhos Comunitários, Nichos, de Fonte , Pombais, Troço do Caminho
Festas e Romarias: Festas de Nossa Senhora do Rosário a 13 de Agosto, Corpo de Deus em Junho, de S. Marçal a 30 de Junho, de Stº António a 13 de Junho, de Stª Margarida a 20 de Agosto
Gastronomia: Presunto, Fumeiro, Leitão, Cordeiro Assado no Forno, Folar da Páscoa, Pudim de Ovos, Pão-de-Ló
Artesanato: Colchas de Linho e de Algodão
Orago: Stª Eulália
Colectividades: Associação Cultural e Recreativa de Stª Eulália, Comissão de Saloios


Retratos e Recantos

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