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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

A Mudança de Sinal ou o Acelerado Envelhecimento do Nordeste Transmontano

Se é verdade que a desertificação e o envelhecimento do interior desencadearam o encerramento de muitas escolas que deixaram de ter utilidade devido à ausência de crianças, também não deixa de ser verdade que o encerramento de escolas e de outros serviços públicos essenciais promoveu o encerramento das aldeias do interior.

Era Agosto e durante alguns dias fomos até Trás-os-Montes. De Gimonde a Varge, de Rio de Onor a Montesinho, de Sacoias a Baçal fomos percorrendo a aldeias do Parque Natural de Montesinho passando também, contudo, pelas cidades transmontanas.

Nestas aldeias, apesar de ser Agosto e de os filhos da terra a elas voltarem, a desertificação era uma nota a que ninguém pode ficar alheio. Com os serviços essenciais por vezes a muitos quilómetros de distância, sem farmácia, mercearia ou médico por perto, o único serviço público que muitas vezes restava era a escola. Escola agora fechada e ao abandono nas aldeias e, nos maiores aglomerados populacionais, transformada em sede de múltiplos serviços: da banda de música, da rádio local, do centro de emprego ou do jornal da terra.

Se é verdade que a desertificação e o envelhecimento do interior desencadearam o encerramento de muitas escolas que deixaram de ter utilidade devido à ausência de crianças, também não deixa de ser verdade que o encerramento de escolas e de outros serviços públicos essenciais promoveu o encerramento das aldeias do interior. É uma pescada de rabo na boca: não há serviços porque não há pessoas ou não há pessoas porque não há os mais elementares serviços? O lema "fechar uma escola é fechar uma aldeia" mantém-se actual. Só que agora a somas às escolas contam-se as estações dos correios, os centros de saúde e os tribunais.... e já não se fecham só aldeias, corre-se o risco de fechar também vilas e cidades do interior

A desertificação e o envelhecimento que podem ser constatados por qualquer um, fazem-se notar também nos sinais de trânsito. O sinal de trânsito de perigo que indica a aproximação de um local frequentado por crianças é quase inexistente, por outro lado o sinal de perigo que indica a aproximação de um lugar frequentado por idosos pode ser avistado dezenas de vezes, em todos os aglomerados populacionais

É razão para nos interrogarmos, será que com o constante encerramento de serviços públicos e com os apelos sucessivos do Governo à emigração não teremos um dia destes todos o país, e não só o interior, sob um imenso sinal de perigo devido à aproximação de idosos? Porque são apenas os que restam...

Cristina Nogueira
in:diarioliberdade.org

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