Apesar do aumento de locais infectados, de 2018 para este ano, os resultados do primeiro ano de luta biológica, apresentados ontem em Vinhais, são considerados positivos, com uma elevada implantação do parasitóide, destacou Albino Bento, professor do Instituto Politécnico de Bragança e coordenador deste projecto de combate à vespa das galhas do castanheiro.
“Na avaliação que se fez agora e com a colheita das galhas em Janeiro, com uma amostragem em 15 locais dos 36 pontos de largadas, demos conta que ainda existe o parasitóide torymus sinensis em 13 dos locais da amostra. O que significa que se instalou, em mais de 80% dos locais, com mais de uma dúzia de exemplares do parasitóide, em vários locais. São resultados que considero muito interessantes”, contou Albino Bento.
A boa disseminação do parasitóide, que destrói a vespa das galhas do castanheiro naquele concelho, faz antever que a praga pode estar controlada um ou dois anos antes do esperado:
“Se nós tivermos uma progressão do parasitóide torymus sinensis que largamos aqui e que se instalou, relativamente bem, o controlo da praga poderá estar concluído daqui a 5 anos”, projecta Albino bento.
Apesar de satisfeito com os resultados do primeiro ano de luta biológica contra esta praga dos castanheiros, o presidente da câmara de Vinhais, Luís Fernandes, está consciente que ainda haverá alguns anos de prejuízos.
“É um facto que vai existir um impacto nos próximos anos, mas estes resultados, penso que deixam satisfeitos os agricultores porque são menos negativos e mesmo em menos tempo, será possível evitar que os prejuízos sejam maiores. É óbvio que vai existir uma quebra de produção, infelizmente”, disse preocupado, o presidente da câmara municipal de Vinhais.
Abel Pereira, da Arborea, que faz parte do Plano de Combate à Vespa no concelho, e também produtor de castanha, diz que depois de conhecidos os resultados do primeiro ano de largadas fica mais descansado:
“Estou menos preocupado porque provavelmente no terceiro ano, vamos ter 10% de prejuízo, e no quarto de 20%. E se não conseguirmos inverter podemos não passar dos 20% a 30% de prejuízos, se as coisas correrem bem. Ficando neste valor, o mercado poderá cobrir o preço”, acrescentou Abel Pereira.
Este ano estão ainda previstas 19 largadas em Bragança e quatro em Macedo de Cavaleiros.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Olga Telo Cordeiro
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