Tânia Caleja, proprietária de uma salão de cabeleireiros, em Bragança, volta agora a abrir portas ao espaço e garante que serão tidas em conta todas as recomendações divulgadas pelas várias entidades. A cabeleireira assume que as imposições não lhe trazem grande alteração à forma como trabalha porque algumas já são prática recorrente. “Para já vamos abrir com as medidas de sempre. Não temos que fazer muitas mudanças porque já trabalhávamos por marcação e com material descartável e também costumávamos desinfectar tudo. Isto sempre foram regras da empresa. Vamos trabalhar agora com acrílicos, que não são obrigatórios. Tenho sorte porque tenho um espaço que já foi feito devidamente dividido para se trabalhar com mais privacidade e segurança e, neste momento, posso trabalhar a 80%”.
A cabeleireira assume que tem alguns receios porque, quando a pandemia chegou a Portugal, os clientes não tinham muitos cuidados, o que a levou mesmo a fechar portas antes de ser obrigada. “Acabei por fechar antes de entrarmos em Estado de emergência por vontade própria. Senti-me obrigada a fazê-lo porque nós estávamos a ter as medidas de prevenção necessárias e obrigatórias mas vários clientes não estavam a ajudar. Não fazia sentido estarmos a cada duas horas a desinfectar o salão e a ter cuidado com as marcações, perguntando às pessoas se tinham viajado ou não e depois vinham de vários lugares como Porto e Lisboa”.
Apesar das preocupações assume que estava desejosa por voltar ao trabalho. “Já precisamos começar a ganhar dinheiro porque temos contas, funcionários, fornecedores e créditos para pagar e as ajudas não são muitas”.
A reabertura de alguns espaços era muito esperada mas Maria João Rodrigues, presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Bragança, considera que há falta de orientações para com os comerciantes e empresários. “O pequeno comércio e todos os empresários estão, efectivamente, desejosos por abrir porque têm a tesouraria sem fundo, mas para abrir as portas é preciso saber como o fazer de forma segura e, como não há orientações, está tudo muito vago”.
A reabertura da economia começa hoje com os negócios de pequena dimensão na linha da frente. Para já só abrem espaços até 200 metros quadrados, que tenham portas para a rua, para além dos negócios específicos de cabeleireiros, stands automóveis e livrarias. O segundo momento de reabertura de espaços deverá acontecer no dia 18 de Maio, altura em que se prevê que abram lojas de maior dimensão, assim como os restaurantes.
Escrito por Brigantia
Foto: Tânia Caleja
Jornalista: Carina Alves
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