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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

COMO SOMOS AVALIADOS

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Que cada um, vale o que valer seu lugar, na coletividade, é verdade incontestável.
Não só o lugar ou cargo, que ocupa, mas, também: o local onde nasce; a família, que pertence; o sobrenome, que possui; a escola, que frequentou: o grau académico, que obteve; o dinheiro que tem; e até o título de nobreza que herdou conta, definitivamente, como somos avaliados, pelo vulgo e pela elite.
Recordo ter lido - há muitos anos, - que senhora, era recebida principescamente, onde se hospedava, porque ao registá-la, o pai deu-lhe o nome de: Princesa…
Conhecido clássico da nossa literatura, cujo o nome se varreu completamente da memória, escreveu: - O zero vale consoante o lugar que ocupa: à direita ou à esquerda do cifrão. - Cito de cor, mas o sentido é esse.
D. Francisco Manuel de Melo, em: “Relógios Falantes”, narra o dialogo travado ente o Relógio do Paço e o Relógio das Chagas.
O do Paço, era considerado. Todos se guiavam por ele.
O das Chagas, passava por mentiroso…
Um dia, ambos se encontraram no relojoeiro. Ao devolve-los, trocaram-nos.
O Relógio do Paço, passou a ser por todos, mentiroso; o das Chagas, que era ordinário e de mau fabrico, passou a ser: “tão benquisto de verdadeiro”. O Relógio do Paço, por sua vez: “Subindo ao seu campanário ficou tão aceite, como sendo Relógio das Chagas, era murmurado”.
Assim acontece com os homens: avaliados consoante o lugar que ocupam, na sociedade…e até, pelo partido, que militam. Sabe Deus com que convicção…
Competência, mérito, sapiência… em regra, para nada serve, se não houver “pistolão” amigo… como dizem os brasileiros, e outras coisas mais… como dizia Cruz Malpique…

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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