Por: Fernando Calado
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
Lágrima tantas... olhos de rio e chora e chora cada vez mais. Gastou os olhos e ficou a saudade de casa... dos filhos ausentes.
- Socorro… chamem o meu filho!
- Tenha juízo mulher que já tem idade!
A janela fechou-se… ficaram só os gritos a assombrar a cidade… Ninguém sabe que está presa num imenso armário… e está doente… e vai morrer… e ninguém sabe…
… não morra amiga… eu sei… os anos já lhe pesam… mas não morra… precisamos tanto de si… das suas memórias da vida e da cidade… do seu sorriso… e o castelo é tão bonito… e regressamos a casa ao entardecer…depois de lavar a roupa num remanso do Sabor… e os cabelos são longos feitos de vento e noite escura…
Sorri... mas de novo ficaram só os olhos... e nós continuamos, para todo o sempre, a repetir até ao infinito que os corpos caem na razão direta do quadrado dos tempos...mas as tulipas e as dálias nascem porque sim...e a beleza é somente beleza porque sim... não chore os seus filhos gostam tanto de si... e têm saudades... tantas…
...não chore... digo de longe… ofereço só as palavras…falta o coração e anoitece e apagam-se as luzes... todas...
…talvez amanhã seja um novo dia e talvez nasçam sorrisos… beijos e abraços… com a madrugada…
… três cegonhas brancas cruzam os céus de Bragança… três romãs… três colunas… três meninas… penteavam seus cabelos… com pentes de ouro fino.
- Socorro… chamem o meu filho!
- Tenha juízo mulher que já tem idade!
A janela fechou-se… ficaram só os gritos a assombrar a cidade… Ninguém sabe que está presa num imenso armário… e está doente… e vai morrer… e ninguém sabe…
… não morra amiga… eu sei… os anos já lhe pesam… mas não morra… precisamos tanto de si… das suas memórias da vida e da cidade… do seu sorriso… e o castelo é tão bonito… e regressamos a casa ao entardecer…depois de lavar a roupa num remanso do Sabor… e os cabelos são longos feitos de vento e noite escura…
Sorri... mas de novo ficaram só os olhos... e nós continuamos, para todo o sempre, a repetir até ao infinito que os corpos caem na razão direta do quadrado dos tempos...mas as tulipas e as dálias nascem porque sim...e a beleza é somente beleza porque sim... não chore os seus filhos gostam tanto de si... e têm saudades... tantas…
...não chore... digo de longe… ofereço só as palavras…falta o coração e anoitece e apagam-se as luzes... todas...
…talvez amanhã seja um novo dia e talvez nasçam sorrisos… beijos e abraços… com a madrugada…
… três cegonhas brancas cruzam os céus de Bragança… três romãs… três colunas… três meninas… penteavam seus cabelos… com pentes de ouro fino.
Fernando Calado nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança.
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.
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