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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

A HEREDITARIEDADE E A INTELIGÊNCIA

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Certamente o leitor, já reparou, que em todas as épocas, surgem génios, figuras prodigiosas que descendem de homens notáveis.
A ciência imputa, esse fenómeno, em parte, à hereditariedade; mas será? Será a causadora do aparecimento de super dotados?
Há duvidas. Certo é, que Aristóteles era filho de médico; que Beethoven, descendia de notáveis músicos; que Mozart era filho do maestro da capela do Príncipe Arcebispo de Salsburgo; Bacon, descendias de Nicholas, ilustre Lord Chanceler da Rainha Elizabeth I, e de Ana Cooke, mulher cultíssima, que dominava o latim e o grego; e inumeráveis exemplos, poderia citar, em abono da hereditariedade.
Mas, a inteligência desses ilustres, foi por serem descendentes de famílias célebres, ou porque nasceram e criaram-se num meio cultural elevado?
Platão, in: “O Banquete”, assegura: que Sócrates, considerava que a sabedoria não se adquire por contágio:
“ Seria bom (…) que a sabedoria fosse uma coisa que se pudesse transmitir, de um homem, que a possui, a um homem, que não a possuiu, mediante simples contacto”.
Por certo, o saber, não é transmitido de pai ou mãe, a filho; nem a hereditariedade garante essa transmissão; mas também é certo, que o convívio diário, com grandes homens ou mulheres, favorece o desenvolvimento da inteligência, e a “descoberta” de talentos natos, que dificilmente desabrochariam, sem esse contacto.
Filho ou neto de músico tem mais probabilidade de se tornar num notável músico, de que outro, que nunca conviveu com músicos.
O mesmo acontece com escritores, filhos e netos, de conhecidos prosadores.
Aprende-se imenso por “osmose” – mesmo que não se seja ensinado – (normalmente é, )  com o convívio
É o caso da família Strauss, na música; e em Portugal, a influencia de Sofia Melo Breyner, no filho; e no Brasil, de Erico Veríssimo; estou certo que foi determinantes para desenvolverem, nos descendentes, o gosto literário
Não admira, portanto, que muitos dos atuais políticos, pertençam a famílias de conhecidos políticos, como se verifica, em Portugal, e no Brasil.
Não pretendo, com esta crónica escrita ao corrente calame, afirmar: que a hereditariedade, não tem importante papel, no aparecimento de génios.
Nem pretendo contradizer que o anexim, muito popular:
“Filho de peixe sabe nadar.”
Todavia, estou certo, que também, o convívio, favorece essa “transmissão”; e de que maneira…

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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