Nesta explosão morreram mais de 400 pessoas e foi destruído grande parte do castelo e das muralhas.
O achado deu-se a propósito de um projecto da câmara de Miranda do Douro para a requalificação e recuperação da Antiga Rua do Castelo, um espaço que a autarquia pretende aproveitar para fruição pública.
A explosão originou a “Guerra do Mirandum” e, segundo frisou António Pereira, proprietário da empresa de arqueologia que ali está a trabalhar, a descoberta permite conhecer melhor este episódio da História. “Neste momento, está em curso, desde Julho/Agosto, o acompanhamento arqueológico da empreitada. No âmbito desse acompanhamento foram detectados esses enterramentos e foram exumados sete indivíduos: três crianças e quatro adultos. Pela forma como estavam enterrados, porque não tinham organização, estavam sobrepostos e pelos materiais a que estavam associados, podem corresponder à Guerra dos Sete Anos, que está muito presente na memória dos mirandeses”.
António Pereira explica ainda que o achado não é, de todo, uma surpresa. “Nomeadamente em centros históricos, estamos habituados a que isto aconteça todos os dias, não com este tipo de estruturas, mas quando partimos para a intervenção de sondagens de diagnóstico, em Junho do ano passado, já tínhamos ideia de que iríamos apanhar algumas estruturas”.
Os trabalhos iniciaram-se em Julho, com sondagens arqueológicas, tendo-se já posto a descoberto algumas estruturas, nomeadamente partes da muralha.
A Guerra do Mirandum, que durou de Maio a Novembro de 1762, foi a participação de Portugal na Guerra dos Sete Anos e iniciou-se quando um exército franco-espanhol invadiu Portugal pela fronteira de Trás-os-Montes, conquistando Miranda, Bragança e Chaves.
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