A Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros aprovou uma moção de contestação e repúdio à não inclusão das ligações transfronteiriças de Macedo–Vinhais a A Gudiña (Espanha), via Vinhais, no Programa Nacional de Investimentos (PNI) 2030. A moção, assinada em conjunto com a autarquia de Vinhais, lamenta uma decisão que prejudica o desenvolvimento económico da região transmontana.
“O PNI 2030 deveria ser um programa de aproximação do Interior ao Litoral e ligação à Europa, neste caso concreto a ligação à região Autónoma da Galiza, preponderante motor económico do noroeste Peninsular e no desenvolvimento da região transmontana, contribuindo assim para a diminuição das assimetrias entre regiões. Assim as regiões de baixa densidade ficariam munidas de um apoio ao desenvolvimento das regiões de baixa densidade, constituindo-se um instrumento fulcral para planear o próximo ciclo de investimentos estratégicos e estruturantes”, frisa o presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros.
Incompreensivelmente, sublinha o texto da moção, o programa assume-se como um “programa de investimentos para a litoralização do país, focando-se nas áreas metropolitanas, violando assim grotescamente o princípio de coesão territorial e hipotecando a sua sustentabilidade”. “É lamentável que obras estruturais, como a ligação Macedo-Vinhais-A Gudiña não tenha sido contemplada no PNI 2030, sendo estas obras estratégicas para o desenvolvimento do Interior do País”, acrescenta o documento.
Benjamim Rodrigues garante que, “com a exclusão desta ligação do PNI 2030, está-se a condenar o desenvolvimento económico e social não só nos concelhos de Macedo e Vinhais, mas em todo o Nordeste Transmontano”. “Esta era uma via fundamental para acelerar a ligação a Espanha, através da ligação à Autovía das Rias Baixas e à Plataforma Logística estação do AVE em Portas da Galiza, e um excelente cartão de visita dos concelhos da região para ajudar à fixação de mais e maiores investimentos empresariais no nosso território. A exemplo de propostas de intenção de investimento concretas, já apresentadas por empresários da Galiza.”
O texto aprovado na última reunião de câmara será ainda levado à votação na Assembleia Municipal. “Estou convicto que os senhores deputados municipais vão aprovar o texto dado que é o desenvolvimento económico e a sustentabilidade demográfica que são postos em causa”, admite o autarca macedense. Depois desta aprovação, a moção será enviada ao Presidente da República, ao primeiro-ministro, aos ministros da Economia, Planeamento e das Infraestruturas e à ministra da Coesão Territorial.
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