sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Fornecedores de produtos alimentares, bebidas e higiene queixam-se de quebras de venda na ordem dos 40%

 Com a pandemia, o sector da hotelaria, restauração e cafés tem vindo a sofrer quebras e com eles estão quem os abastece.
Na região transmontana, os fornecedores queixam-se de quebras de venda na ordem dos 40%. Cláudio Trovisco é gestor de uma empresa que fornece café e bebidas, no distrito de Bragança e Vila Real, e diz estar preocupado com as consequências da segunda vaga. O fornecedor afirma que muitos dos seus clientes poderão não conseguir aguentar o negócio até ao Natal.

“Não existem empresas de distribuição como a minha se não existir comércio e aquilo que está acontecer é a completa destruição do comércio na nossa região, porque eu tenho muitas duvidas que a totalidade dos meus clientes consiga passar o Natal. Eu vejo clientes com 20/30 anos de porta aberta a meter no negócio aquilo que juntaram nestes 20/30 anos”, afirmou Cláudio Trovisco.

Cláudio Trovisco teme que não haja apoios do Governo, como aconteceu na primeira vaga da pandemia e admite ainda que tem tido dificuldade em receber dos clientes, devido aos baixos níveis de consumo da população.

Fernando Lhano também é fornecedor, na região de Trás-os-Montes, de produtos de higiene e limpeza. Apesar de as vendas no ramo da hotelaria terem caído, no ramo social aumentaram, contudo não compensam as quebras.

Embora seja flexível quanto ao pagamento dos clientes, Fernando Lhano admite que por vezes não é fácil gerir, visto que há também uma pressão por parte dos seus abastecedores.

“Tentamos sempre ser flexíveis aos nossos clientes, no entanto nem sempre é fácil. Como há uma grande procura do mercado, os nossos fornecedores querem logo o pagamento a pronto ou até antecipado e isso também é complicado para nós. Não recebendo dos nossos clientes é difícil depois cumprir com os fornecedores”, referiu Fernando Lhano.

Rui Rolo é outro fornecedor de produtos alimentares, bebidas e tabaco. Apesar de não querer prestar declarações gravadas disse ter sofrido quebras na ordem dos 30% no verão. Estima ainda que, nos meses de Novembro e Dezembro, a situação piore e as vendas diminuam para metade. Declarações de fornecedores transmontanos que dizem estar a passar por dificuldades devido à pandemia.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

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