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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Movimento do Planalto Mirandês exige que sede da Engie fique em Miranda

 O Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) indicou hoje que não é claro que a sede da Engie, a nova concessionária de seis barragens hidroelétricas instaladas em Trás-os-Montes, fique em Miranda do Douro, no distrito de Bragança.
"Ainda não está garantido que fique em Miranda do Douro, dado que a informação do Ministério do Ambiente refere apenas que se tratará da sede da empresa que assegura a manutenção das instalações, sendo que a empresa proprietária destas ficará registada ‘em Portugal’, sem se referir onde", concretizou o MCTM, numa nota envida à agência Lusa.

O Ministério do Ambiente e da Ação Climática anunciou na sexta-feira que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) aprovou a venda de barragens da EDP situadas em Miranda do Douro, Bemposta (Mogadouro), Picote (Miranda do Douro), Baixo Sabor (Torre de Moncorvo) e Foz-Tua (Carrazeda de Ansiães / Alijó) à Engie.

A EDP vendeu seis barragens em Portugal a um consórcio de investidores, formado pela Engie, Crédit Agricole Assurances e Mirova, por 2,2 mil milhões de euros.

As centrais hídricas, localizadas na bacia hidrográfica do rio Douro, totalizam 1.689 megawatts (MW) de capacidade instalada.

Por outro lado, o Movimento refere que a instalação da sede da empresa de manutenção em Miranda do Douro "é apenas uma manifestação de intenções da adquirente e não um compromisso jurídico que o Governo poderia impor".

Por essa razão, o MCTM exige no mesmo comunicado que "a instalação da sede inclua a da direção efetiva de todas as empresas envolvidas na titularidade, exploração e comercialização da energia elétrica produzida pelas barragens e que em ambos casos essa obrigação esteja inscrita como cláusula contratual e como dever jurídico e não apenas como uma manifestação de intenções que mais tarde possa vir a ser frustrada sem consequências jurídicas".

O Movimento pede ainda que o Governo informe as populações "acerca da data efetiva em que termina a concessão, sendo certo que na Resolução do Governo de 1954, foi instituída por 75 anos, que se concluiriam em 2029, revertendo nessa data, ou seja daqui a nove anos".

"Esta matéria é polémica e não é conhecido o alcance da prorrogação que o ministro Manuel Pinho efetuou das concessões, matéria que está em investigação pelo Juiz Carlos Alexandre", adianta o Movimento da Terra de Miranda.

O MCTM também refere que apresentou aos Grupos Parlamentares um projeto de alterações legislativas, exortando os deputados eleitos pela região a apresentarem e votarem essas propostas no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento de Estado (OE) para 2021.

Aos autarcas da região onde estão instaladas as barragens, o Movimento solicita que “defendam os interesses para que estão mandatados pelas populações que os elegeram", acrescentando que "os direitos e o que é justo não se pedem, exigem-se".

Exige ainda que o façam "com o máximo empenho e comprometimento, sem receios nem submissões que não sejam a defesa única dos superiores interesses da Terra de Miranda".

"As populações foram beneficiadas com a construção de escolas, hospitais, infraestruturas viárias e de comunicação, empregos qualificados, mas, atualmente, praticamente nada disso existe e é necessário fundar um novo contrato social com um conjunto de contrapartidas para as populações, que sejam próprias de um Estado democrático e inclusivo.

O Movimento manifesta-se preocupado pelo facto de os interesses das populações não estarem a ser salvaguardados no negócio.

Os representares do Movimento garantem que as receitas fiscais municipais geradas pelas barragens (Derrama municipal e participação municipal no IVA) não continuem a ir para o município de Lisboa, como até aqui, nem que as barragens passem a pagar IMI, nem ainda que os impostos que especificamente incidam sobre a transação fiquem a ser receita dos municípios.

O Movimento refere que no negócio existem "quatro partes - o comprador, o vendedor, o Estado, como dono da concessão, e as populações da Terra de Miranda”.

"E todas as partes são iguais, devendo os seus interesses ser contemplados com igual intensidade na composição dos interesses nos contratos a realizar", dando a entender que os interesses das populações "estão a ser ignorados pelo Governo".

Acrescenta o comunicado, que o Movimento exige que sejam recuperadas as pedreiras e escombreiras de Miranda e de Bemposta, que considera crimes ambientais continuados, pelos quais são responsáveis todos os governos dos últimos 60 anos, incluindo o atual.

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