Embora o frio e os dias mais curtos apelem ao recolhimento, no Planalto Mirandês e em muitas outras zonas rurais do Nordeste Transmontano, este é ainda um tempo de azáfama.
Muitas vezes, o fogo que aquece as casas é abastecido por ramos que foram caindo e que agora se recolhem em garagens ou telheiros. Num modo de vida que continua a ser o mais sustentável possível com o aproveitamento de todos os recursos, usam-se as giestas para servir de acendalhas. E por essas estradas já cobertas de folhas, lá nos vamos cruzando com carroças a caminho de casa, puxadas pelos sempre pacientes e fiéis asininos.
Entretanto, faça chuva ou faça sol, as costas vergam-se à cata das preciosas castanhas. Ali e noutros lugares – lameiros, pinhais, bosques de carvalhos – as cestas enchem-se também com cogumelos: deliciosos boletos, abesós, rocas, míscaros e pinheiras, que serão transformados em petiscos ou refeições retemperadoras.
E, assim, com um copo de vinho e castanhas a estalar na lareira aberta, as longas noites tornam-se mais amenas.
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