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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 12 de julho de 2021

RIOS VERMELHOS

Por: Maria da Conceição Marques
(colaboradora do "Memórias...e outras coisas...")

Correm-me nas veias rios vermelhos, que desaguam no mar, percorrem oceanos e me inundam a alma de satisfação. 
No cais de embarque, limpo as pegadas e encho de humidade as paredes da vida.
O mar abraça-me com força, deixa-me soluçar, embala-me ao som de violinos, ensina-me passos, e enlaça-me em êxtase profundo, num bailado suave, que docemente me faz delirar.
As ondas regam-me as raízes, saciam-me a sede e acalmam-me a impaciência. 
Abro-lhe os braços nus, falo-lhe do sol, das estrelas, da lua e do luar. Das urzes e dos montes, das ervas daninhas, das estevas e arçãs, das rosas e fontes.
Rasgo critérios, normas e regras e na retina da alma gravo as memórias.
Nos rios que me correm nas veias, palpitam saudades e dificuldades, sonhos desvairados, mas audazes e capazes de avançar.
Qualquer dia vou escalar, chegar ao lado mais baixo e mais perto do céu, entrar e fazer desse canto, a minha morada, o meu refúgio, a minha paz interior, o meu mundo impenetrável, onde só os anjos vão conseguir penetrar.

Maria da Conceição Marques
, natural e residente em Bragança.
Desde cedo comecei a escrever, mas o lugar de esposa e mãe ocupou a minha vida.
Os meus manuscritos ao longo de muitos anos, foram-se perdendo no tempo, entre várias circunstâncias da vida e algumas mudanças de habitação.

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