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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 14 de abril de 2023

A história de Bragança complementa as paisagens do Parque Natural de Montesinho

 Localizada perto da fronteira com Espanha, Bragança é uma cidade com uma riqueza histórica e cultural bastante fascinante. As raízes romanas podem ser observadas em vários pontos da cidade, bem como o seu papel militar em defesa do reino Português. Este último tem como ex-libris o Castelo mandado edificar em meados do século XII pelos mouros e posteriormente sofreu várias medidas de expansão por diversos reis Portugueses, como D. Sancho I ou D. Fernando. Ainda do ponto de vista histórico, a Domus Municipalis (sec. XII) apresenta-se como uma edificação única, havendo poucos exemplares espalhados pela Europa. Este era um local de reunião dos elevados representantes da cidade.


O dia começou frio (não fosse estarmos em Fevereiro) e após o pequeno almoço, o passeio pelas ruas de Bragança foi a melhor opção para aquecer. O destino era um dos Castelo mais bem preservados de Portugal: O Castelo de Bragança. É notório que uma cidade que parece deserta ganha vida junto aos seus monumentos mais importantes: música vinda dos bares/restaurantes; turistas a falar; lojistas a abrir as suas lojas. Eis que um cenário digno de um filme se materializa à nossa frente! Uma carrinha antiga com o capô aberto e um senhor com roupa camuflada a fazer manutenção. Só isto parece um filme, mas se a isto juntarmos o Castelo em plano de fundo, temos uma combinação fotogénica.

Se a manhã foi dedicada às ruas, a tarde foi dominada pela Arte. A cidade de Bragança tem a particularidade de ter três esculturas do artista Bordalo II. Um javali, uma gineta e um camaleão... três obras que nos remetem para o lado selvagem das terras transmontanas (apesar de não haver camaleões nesta zona) que merecem ser observadas ao longe e ao perto de fomar a vermos os mais diversos pormenores. Mais tarde foi hora de visitar o Museu do Abade de Baçal e assistir à inauguração da exposição que nos remete para a importância do restauro de diversas obras-de-arte, mas deixo para mais informações convido-vos a irem ler o artigo do proximArte. Não posso deixar de finalizar esta parte sem dizer que em terra de castanha é praticamente obrigatório provar as mais diversas iguarias que têm este fruto como matéria prima, assim como visitar o pouco conhecido museu dedicado à castanha e que se pode encontrar na Marron - Oficina da Castanha. 

A subida matinal ao Castelo revelou neve nos picos mais distantes, o que nos levou a sonhar com neve nos pontos mais altos de Montesinho, um sonho que no dia seguinte iria ser distante. Sendo um dos maiores Parques naturais de Portugal (70000 hectares), Montesinho apresenta uma enorme riqueza natural e cultural, ladeado por estradas de cortar a respiração. O plano era simples e consistia na visita a duas das mais emblemáticas aldeias do Parque: Rio de Onor e Montesinho. A primeira é considerada o ex-libris do Parque e tem inúmeros visitantes nos meses de maior calor, mas o tempo frio revela a quietude e solidão destes locais. Entre português e espanhol, lá apanhámos uma conversa sobre a observação de um grupo de veados junto à casa do guarda (algures na serra). Começamos o trilho que se inicia no Parque de campismo com a imagem dos veados na cabeça, sendo que a sua observação seria um óptimo complemento ao verdadeiro objectivo deste trilho. Rio de Onor tem um majestoso exemplar de carvalho-negral classificado como "árvore de interesse público". Vinte e três metros de altura e cerca de 500 anos é claramente algo que merece ser fotografado de vários ângulos, ficou o registo possível e o desejo de ver esta árvore com outras condições de luz. O PR11 não apresenta grandes dificuldades, mas alerto para a possibilidade de se ter de atravessar cursos de água (principalmente nesta altura do ano). 

O aproximar do fim do dia levou-nos até á aldeia de Montesinho não sem antes fazermos o cliché de irmos até ao antigo posto fronteiriço. Em segundos somos transportados para um cenário que normalmente só deslumbramos em filmes americanos... uma fronteira, um posto fronteiriço abandonado e um carro parado. No meu imaginário aquele carro pertenceria ao guarda da fronteira, talvez entre os US e o México, que se teria cansado do seu trabalho no lado português e teria seguido o seu sonho no lado espanhol. Por fim, a aldeia que dá nome ao Parque aparece no horizonte, despida de turistas e de população. Apesar de não ser uma aldeia deserta, a sensação de solidão e de isolamento está bem presente nas populações que habitam o Parque Natural de Montesinho. O turismo é um forte rendimento para estas populações e cabe a nós fazer girar esta roda de forma a que os seus habitantes continuem a poder guardar estes locais mais bonitos de Portugal. 

Em jeito de suma, o Parque natural de Montesinho com a sua paísagem selvagem, é uma zona de inigualável beleza que qualquer fotógrafo devia visitar. As suas estradas, ladeadas por montanha ou por planaltos, oferecem a possibilidade de observar a vida selvagem bem como as vistas mais incríveis que podemos encontrar no norte de Portugal. É difícil conduzir cinco minutos sem sentirmos a necessidade de parar para compor alguma fotografia. A passagem pelo Parque foi curta e não deu para aproveitar as melhores horas de luz, mas uma coisa é certa: Montesinho tem muito para explorar e oferece inúmeras oportunidades de fotografia. Será um local a voltar!

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