O projeto arrancou simultaneamente em Vila Real e Mirandela, de forma “simbólica”, mas “propositada”.
“Estar em Vila Real e estar em Bragança, hoje, não é meramente por acaso. Foi propositado e foi propositado por muito respeito que nós temos por aquela que é a base do futebol”, vincou o secretário-geral da Fundação do Futebol – Liga Portugal, Filipe Pais, em declarações à agência Lusa.
Segundo o responsável, mais do que as ofertas às Associações de Futebol de Vila Real e de Bragança, importou dar nota da união entre instituições, “ligadas” pelo talento, e da relevância de cada uma das vinte e duas associações distritais e regionais existentes no país.
“Queríamos sinalizar que todas as associações [de futebol] são importantes, independentemente da sua dimensão. Muitas vezes, a questão geográfica e territorial, o [fácil] acesso a alguns instrumentos [para as] que estão de, alguma forma, mais centrais no país, não estão disponíveis para as associações do interior, do Norte, um bocadinho mais longe dos centros de decisão”, explicou.
Ao mesmo tempo, alertou para a importância do trabalho feito “na base” para que o futebol profissional possa continuar a ser uma “indústria absolutamente competitiva a nível europeu”.
“O objetivo central de quem [tem] a responsabilidade de gerir as competições profissionais de futebol é o de ter grandes atletas, tecnicamente capazes, mas homens de corpo inteiro que possam passar bons valores e erradicar do futebol mensagens que, muitas vezes, existem e que não são aquelas que nós queremos”, reiterou Filipe Pais.
Considerando que o crescimento técnico e humano são indissociáveis, o presidente da Associação de Futebol de Vila Real, António Marques Silva, elogiou a iniciativa e enalteceu a importância da proximidade entre futebol profissional e não-profissional.
“É uma excelente iniciativa que representa a simbologia da proximidade entre o futebol profissional e não profissional porque acreditamos, até, que só há um futebol. O futebol tem esta universalidade”, frisou à agência Lusa.
Ao mesmo tempo, o responsável destacou a “visibilidade diferente” que o projeto confere às “sinergias” entre as instituições que lideram a modalidade.
Contudo, alertou para a necessária antecipação dos desafios do futuro, lançando um outro à Liga.
“Teremos, num futuro muito próximo, algumas dificuldades em ter tanta gente a praticar futebol, essencialmente pelo crescimento do futebol feminino, pelas infraestruturas que temos ao nosso dispor. As instituições têm de trabalhar em conjunto para podermos perspetivar um melhor futebol feminino mas, acima de tudo, que o futebol português continue a ser uma bandeira do país ao nível do ‘ranking’ de desenvolvimento e da promoção do nosso país um pouco por todo o mundo”, concluiu.
‘Liga-Nos O Talento’, projeto da Fundação do Futebol – Liga Portugal, irá percorrer o território continental e ilhas para entregar bolas oficiais a cada uma das vinte e duas associações distritais e regionais, bem como apoio monetário através de uma parceria com um hipermercado.
Depois do pontapé de saída em Trás-os-Montes, o projeto segue viagem para Aveiro e Porto, num périplo que deverá terminar em dezembro.
Sem comentários:
Enviar um comentário