Pastéis e folares de Chaves, fumeiro do Barroso, azeites, queijos DOP e vinhos DOC formam este Pitéu Transmontano, mercearia recente de Lisboa que aplaude os pequenos produtores de Trás-os-Montes e Alto Tâmega.
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(Fotografia de Reinaldo Rodrigues) |
Sara Lopes é natural de Coimbra, mas é na aldeia transmontana de Meles, arredores de Macedo de Cavaleiros, que se reúnem grande parte das suas memórias e raízes familiares. Numa vontade de homenagear as origens a nordeste, em conjunto com o namorado, João Martinho, abriram em dezembro o Pitéu Transmontano, a mercearia da Estefânia que dá primazia aos pequenos produtores de Trás-os-Montes, do Alto Tâmega e do Barroso, ainda que haja espaço para outras criações nacionais.
Uma curadoria afinada, eclética e pouco óbvia, que permite trazer novos produtos à loja de forma frequente e que privilegia os processos artesanais. “Mais de 90% dos nossos produtos não se vendem em grandes superfícies comerciais”, explica João Martinho. “Fazemos várias viagens para conhecermos todos os nossos fornecedores”, adianta Sara.
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Várias vezes ao dia, há fornadas de pastéis de Chaves. (Fotografias de Reinaldo Rodrigues) |
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O Pitéu Transmontano também vende Folar de Chaves e de Gimonde. |
No Pitéu Transmontano, fruto de uma renovação na decoração, na oferta e no nome de uma mercearia detida por um primo de Sara por dez anos, cabem produtos como cuscos de Vinhais, carne mirandesa certificada e um leque variado de fumeiro de Montalegre, Mirandela, Bragança, Vinhais e Vila Flor – como chouriço doce, alheira, sangueira, salpicão ou linguiça. Nos representantes flavienses, destaque para os clássicos pastéis e folar de Chaves, que podem ser comprados quentes, acabados de sair do forno da casa ou ultracongelados (no caso dos primeiros).
Nos azeites, há monovarietais transmontanos de Cobrançosa, Madural e Verdeal. Já no mel – rosmaninho, urze ou montanha – há criações de Valpaços e Macedo de Cavaleiros, e nos queijos destaque para o Terrincho DOP, a partir de leite cru de ovelha Churra. A garrafeira faz escalas por algumas regiões vínicas, mas foca-se nos vinhos DOC Trás-os-Montes e Douro. Pelas prateleiras e cestos, há ainda produtos como vinagre da Bairrada envelhecido em carvalho, compotas de Castelo Rodrigo, bolo finto do Alentejo, bombons de Oeiras, rebuçados madeirenses, gelados, refeições prontas a levar e finalizar em casa, além de fruta e legumes da época, ou até tábuas artesanais de servir à mesa.
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A mercearia está situada na Estefânia, em Lisboa. |
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João Martinho e Sara Lopes são os responsáveis pelo espaço. |
Com uma decoração pontuada por utensílios rurais e inspirada em materiais como o xisto, a oferta fica reforçada em breve com a chegada de licores feitos em Bragança e do arroz carolino do Baixo Mondego. Mais para a frente, chegarão as entregas ao domicílio. Antes disso, e durante pelo menos um sábado por mês, fazem-se provas gratuitas com a presença de um produtor na loja – seja de vinhos, queijos, chocolates, etc. Basta estar atento às datas nas redes sociais. Oportunidade para folhear na loja os livros com receitas transmontanas e nacionais, que pertenciam à família de Sara. |
A ruralidade inspira grande parte da decoração da loja. |
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O mel é outro dos produtos em destaque no Pitéu Transmontano. |
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