Distando sensivelmente uma vintena de quilómetros para sul da cidade de Bragança, esta freguesia liga-se àquela urbe através da sinuosa E.N. 217 (complementada por um pequeno ramal camarário). Do subsolo desta freguesia se extraiu já considerável quantidade de estanho e volfrâmio, minérios explorados em locais de curiosíssima toponímia, como seja o Cabeço da Oreta da Pata, a Boca da Ribeira, Teixugueiras e Telheira.
Integrando, para além do povoado principal de Parada, a vetusta aldeia de Paredes (sita na área setentrional e á margem da E.N. 217), a freguesia registará hodiernamente cerca de 666 habitantes (em meados do século, contaria uma 1090 almas).
Designada outrora Parada de Infanções e Parada de Outeiro, esta freguesia verá o seu topónimo principal radicado etimologicamente em uma circunstância histórica e geográfica, de natureza viária e no sentido de “paragem” (tal como “pousada”), à semelhança de mais uma dúzia de outras freguesias assim designadas só na região norte do País.
Outras teorias, porém, são avançadas por autores como José do Barreiro ( para quem a designação radicaria em uma obrigação senhorial de alimento e abrigo, dita “parada”) e Francisco Felgueiras, autor de uma pequena monografia da freguesia. O designado Castro Mau (também dito “Mu” ou “Mouro”, surgindo assim “Mau” como diminutivo de “Mauro”, que deu “Mouro”) localiza-se nos limites com a vizinha Coelhoso, ocupando um Cabeço sobranceiro ao rio Sabor. Já o Castro de Cidadelhe (ou ciradelhe), sendo um dos mais amplos povoados fortificados castrejos da região, reparte-se pela também vizinha Pinela e mostra ainda vestígios de uma linha de muralhas pétreas reforçada por profundo fosso.
Proveniente de um destes povoados castrejos ou imediações (Fraga do Berrão?), acha-se junto à Igreja Paroquial de Parada uma escultura zoomórfica em granito, representado um espécime porcino. Embora popularmente apodada de “romana”, será já de época baixo-medieval a ponte de alvenaria alçada sobre um afluente do Sabor, na área oriental da freguesia. Trata-se de um belo exemplar de arquitectura pontística românica, integrando três arcos de volta perfeita ( o central de bem maior amplitude) e tabuleiro formando lomba no respectivo pavimento lajeado. S. Gens de Parada aparece já documentada, como freguesia, nas “Inquirições” de 1291, ordenadas por D. Dinis.
A actual fábrica do templo paroquial datará dos finais do séc. XVIII, mostrando porém sinais de recente reforma. Em Paredes, povoado já documentado no templo de D. Sancho I, ergue-se a antiga Igreja dessa extinta paróquia. Numerosas e interessantes são as capelas erguidas no aro da freguesia, a saber: a de S. Roque (com inscrição datada de 1605 alusiva a um surto e peste que motivaria a sua erecção), a de S. Lourenço, a de Sto. Amaro, do Sr. Da Sta. Cruz e das Sras. do Carmo e das Candeias. Curiosa e anacronicamente lendária é a Gruta do Profeta Elias, merecendo também particular referência a fonte arcada e “cristianizada” de S. Lourenço, sita no lugar de Paredes.
Tradições
Durante o ano e essencialmente no Inverno, os habitantes de Parada organizam diversas festas que estão relacionadas com o calendário cristão, destacando-se a festa dos Homens Bons ou dos Rapazes, festa do Ramo, festa do Carro, festa da Rosca e da Galhofa, cantar dos Reis, Entrudo e a serra das velhas.
Nos tempos livres, os habitantes da freguesia de Parada jogam o Fito, a Raiola e futebol.
in:cm-braganca.pt
Alerto para um erro no texto, onde se lê "Parada de Inflações", deve ser "Parada de Infanções".
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