Ocupando a extremidade nordestina do concelho, o território desta freguesia é delimitado pela vizinha Espanha nos flancos norte e nascente, tendo as congéneres Aveleda e Deilão a confrontar do poente e sul, respectivamente. Duas dezenas e meia de quilómetros separam a capital concelhia de Rio de Onor, que lhe fica a nordeste, com acesso viário através das E.N. 218, 218-3 e 308.
Abrangendo uma área considerável, incluída no perímetro do Parque Natural de Montesinho, esta freguesia partilha o nome com o rio que a atravessa, no sentido norte-sul, tornando-se posteriormente tributário do Sabor. Com uma orografia montanhosa e planáltica, registando uma altitude média na ordem dos 750 metros (e máxima de 852, na extrema leste e junto à fronteira, parcialmente “riscada” ali por um outro curso de água – o Maçãs), Rio de Onor inclui porém um extenso trecho de vale, aberto, amplo e aprazível, banhado pelo Onor e protegido pelas imponentes Serras de Montesinho (a poente), Sanábria (a norte) e Guadramil (a nascente). É precisamente aí, junto à linha da fronteira setentrional, que assenta o povoado principal, bem conhecida pelas suas peculiaridades e sobrevivências de um ancestral comunitarismo agro-pastoril, a esbater-se já no decurso inexorável dos tempos.
Jorge Dias foi um seu apaixonado estudioso, legando-nos um valioso trabalho sobre a riquíssima e singular etnografia local. No lugar de Castro e já assinalado pelo incansável Abade de Baçal, registar-se-á a existência de um povoado fortificado da Idade do Ferro, assentando como sempre em um estratégico alto.
Conjuntamente com Guadramil, aldeia da raia oriental que dista uma dezena de quilómetros, a freguesia de Rio de Onor reunirá actualmente uma população orçada em 159 almas.
Com as suas típicas casas de xisto, de paredes escuras, sem reboco e de aparelho miúdo, as aldeias desta freguesia preservam um carácter arcaico e rústico, “casando” perfeitamente com a belíssima paisagem natural.
Rio de Onor é um caso emblemático, reforçado pela sua posição fronteiriça, com a homónima espanhola – Rihonor de Castilla – ali à distância de uns passos, separada apenas pelo rio (que não chega a ser obstáculo, pois é vencido por esplêndida ponte medieval de alvenaria e múltiplos arcos).
Não fugindo à tradição construtiva local, também a Igreja Paroquial, invocada a S. João Baptista, se apresenta desprovida de reboco, ostentando toda a sua tipicidade no aparelho miúdo e irregular, aqui ligado por argamassas. Na frontaria rasga-se apenas o vão em arco redondo da respectiva porta, o qual, conjuntamente com as cornijas e pináculos dos remates, surgem como únicos elementos arquitectónicos em cantaria. Lá no alto pontifica o inevitável campanário de dupla sineira.
Em Guadramil pode apreciar-se um outro modesto templo paroquial, merecendo também atenção o rústico edifício do lagar comunitário, testemunhado ancestral partilha de bens e tarefas.
in:cm-braganca.pt
Sem comentários:
Enviar um comentário