Encaixada no interior da metade sul concelhia e distando cerca de 27 quilómetros para sul da respectiva capital, a freguesia de Salsas obtém ligação àquela cidade quer através da E.N. 15, quer pelo IP 4 (em itinerário que se completa por intermédio de um curto ramal camarário de acesso).
O povoado principal da freguesia constitui-se aliás como importante entreposto viário, aqui se estabelecendo outrora a Estalagem do Correio Real, edifício onde era efectuada a mudança das cavalgaduras, estrutura que se preservará ainda. Posteriormente, e com a construção da Linha de Caminho de Ferro do Tua, foi o local escolhido para uma das estações, complexo que também se conserva, pese embora a desactivação daquela linha, ocorrida a pouco mais de uma década atrás.
S. Nicolau de Salsas conta actualmente com cerca de 600 residentes, entregando-se a população activa, fundamentalmente, ás actividades do sector primário (notabilizando-se a produção de castanha).
Pouco se saberá de recuados povoamentos neste território paroquial, de mediana extensão e pouco acidentada topografia (esta de características planálticas, com altitudes mediando entre os 500 e 750 metros). Percorrendo agora as diversas aldeias, há que salientar os diversos motivos de interesse patrimonial nas mesmas representado.
Em Salsas notabiliza-se, para além da Igreja Matriz (com sua frontaria de granito em cuidada cantaria e os magníficos tectos do interior), a Capela de S. Roque (com Nicho de Alminhas fronteiro datado de 1927), um interessante exemplar de arquitectura solarenga, a Casa Sá Morais, uma pequena Ponte de diversas fontes de mergulho encapeladas em cantaria.
Em Vale de Nogueira Vale também a Igreja, ampla, bem conservada e de formosa arquitectura seiscentista. A curta distância fica uma fonte encapelada com a data de 1688 gravada no exterior do arco de cobertura. A Casa Grande, embora de modesta traça, merece também alusão.
Em Chãos fica a Capela do Divino Salvador, bastante espaçosa e de austera traça. No lugar de Moredo fica outro interessante templo, em cujo o interior é de apreciar o Altar das Almas, de formosa talha. Curiosa designação é a de uma estrutura em cantaria, bem preservada e conhecida por “fonte que ardeu”.
Na margem da pequena Ribeira de Vilalva notam-se as ruínas de um antigo moinho comunitário.
Preservando ainda algumas interessantes tradições etnofolclóricas, temos finalmente Freixeda, também com o seu airoso templo e a imprescindível fonte de mergulho. A S. Nicolau de Salsas se liga particularmente a celebrada Festa dos Caretos, onde à utilização ritual das características máscaras em madeira, de terríficas e assustadoras expressões, se juntam as garridas e extravagantes vestimentas.
Como se não bastasse ao esconjuratório ritual os diabólicos chifres, arreganhados dentes, compridas línguas e postiças caudas dos “caretos”, ainda estes se entregam a infernal barulheira, chocalhando e percutindo uma parafernália de improvisados “instrumentos”.
Tradições
Para além das festas religiosas, existe ainda a festa dos Caretos com características de ritos antigos devido à presença das máscaras (os caretos), que saem à rua no dia de Reis.
Entre os Reis e o Carnaval pratica-se o Tocar do Lato, embora não com tanta regularidade com que se realizava antigamente.
Existem ainda outras tradições, como “Serrar as Velhas” e contratos de casamentos no Domingo Gordo.
Na freguesia de Salsas praticam-se ainda jogos tradicionais como o jogo do Fito, a Raiola, a Relha, o jogo da Pedra e o jogo dos Paus. Na romaria do Divino Senhor dos Chãos, dia 14 de Setembro, há uma luta tradicional de touros.
in:cm-braganca.pt
penso que na parte linha do Sabor devia estar linha do Tua
ResponderEliminarGrato pela correção. O erro consta da publicação original na página da CMB.
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