Igreja Matriz de Pombares |
A cerca de uma trintena de quilómetros para sudoeste da Cidade de Bragança, a freguesia de Pombares ocupa posição na orla ocidental concelhia, confrontando aí com o vizinho município de Macedo de Cavaleiros. Algo exígua em extensão territorial, Pombares ocupa a vertente meridional da Serra da Nogueira, ostentando desse modo uma topografia montanhosa, onde prevalece o acidentado do terreno e as altitudes superiores aos 700 metros. O IP 4 e a E.N. 15 são as duas principais ligações rodoviárias à capital concelhia, sendo complementadas, um pouco adiante de Vale de Nogueira, por um ramal camarário específico, conducente à povoação de Pombares. Constituindo-se na menos populosa de todo o concelho, esta freguesia reunirá actualmente um pouco menos de um cento de almas, no que demostrará em decréscimo populacional estimável em cerca de 100%, em relação aos meados do século, altura em que registaria 197, residentes.
O Abade de Baçal relacionou já os locais ditos “Castelo” e “Casteleira” com a toponímia castreja.
No entanto, é de ressalvar que alguns locais fortificados conhecidos por “Castelo” datam já da Alta Idade Média, consistindo em estruturas castelares de Reconquista relacionados com o fenómeno do “incastelamento” (C.A.F. de Almeida). Um interessante documento de 1308 refere já o “villar de Põobares q antes avia nome pinhel q he de Rey e jaz sobre teixedo”.
Na interpretação etimológica do topónimo Pombares, seduzirá por certo a versão que relaciona o termo com a suposta abundância de pombos, mas a grafia trecentista “põobares” levanta outra possibilidade, talvez mais verosímil, radicando em “pobo” (que deu “póvoa” e “povoado”). No que concerne a Teixedo, já poucas dúvidas subsistirão da sua raiz etimológica em “teixo”, espécie arbórea.
Este povoado terá entrado em declínio do seguido pelos finais do séc. XVIII, princípios do seguinte, tendo sido por completo abandonado. Já o Abade de Baçal, escrevendo pelo segundo quartel deste século, aludia à existência ali “montões de pedregulhos”, tudo quanto subsistiria afinal das antigas e humildes habitações.
De pé e bem conservada está, ao invés, a Capela de S. Frutuoso, templete ligado a curiosas práticas do culto das águas, neste caso muito especificamente de uma “fonte milagrosa” existente em Teixedo, que o próprio S. Frutuoso teria benzido, segundo a tradição. Os animais enfermos das aldeias circunvizinhas são ali levados com fins “profilácticos”, vendo-se posteriormente ( e ao que consta) livres das suas mazelas.
A Igreja Paroquial de Pombares, também ela invocada a S. Frutuoso, é um templo de porte mediano e traça austera, a um gosto possivelmente setecentista. Ladeiam-no, quais gigantescas sentinelas arbóreas, dois altivos e melancólicos ciprestes. Em 1717, surge esta Igreja (ou eventual antecessora) incluída no rol dos templos adstritos ao arciprestado e comarca de Lampaças. Ainda na povoação surge a Capela de S. Cristóvão, dotada de alpendre fronteiro fechado e alvo de recente reforma.
Tradições
Os Provérbios, crenças e superstições, às quais se associam as rezas para as evitar ou para elas se protegerem, são formas de cultura que ainda hoje os habitantes desta freguesia mantêm vivas no seu dia-a-dia.
De todos os costumes e tradições que marcam e existência da freguesia de Pombares, não podem deixar de ser referidos os jogos tradicionais, que animavam os tempos livres das pessoas desta freguesia, tais como: o jogo da Malha, Pião, Arranca Trigo, entre outros.
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