Freguesia razoavelmente extensa e de assinaláveis valores patrimoniais histórico arqueológico, Rebordãos encaixa junto à orla ocidental concelhia, distando uns nove quilómetros para sudeste da urbe brigantina (a E.N. 15, uma vez mais, providencia a ligação entre a freguesia e a cidade).
Alcançando um pouco mais de meio milhar de habitantes (514, segundo os censos de 1991),
Rebordãos afirma-se como importante pólo de produção agro-pecuária, valendo-se de algumas extensas parcelas de solos com aptidão para a cultura cerealífera. Implantada na vertente oriental e junto ao sopé da Serra da Nogueira (esta atingindo uma altitude máxima de 1379 metros junto à partilha desta freguesia com a vizinha Sortes), Rebordãos é riquíssima do ponto de vista paisagístico.
As gravuras rupestres inscritas num fraguedo do planalto da Sra. da Serra poderão indiciar a presença remota de populações, possivelmente já desde os finais do tempos pré históricos (como na vizinha Sortes). A tradição oral popular local prefere porém remetê-las para um contexto “cristianizado”: os petróglifos seriam assim as pretensas marcas de ferraduras da “burrinha que levou Nossa Senhora ao Egipto”.
A importante eminência topográfica dita de Mandreiros, onde em época medieval assentaria o Castelo de Rebordãos, terá servido de assento a um povoado fortificado castrejo da Idade do Ferro (e quiçá, já na sequência de anteriores ocupações do Calcolítico e Bronze). Já registado pelo proficiente Abade de Baçal, o arque-sítio mereceria registo por parte de numerosos outros investigadores de chamada cultura castreja.
O Castelo de Rebordãos fica a cerca de um par de quilómetros para norte da povoação daquele nome, ocupando com suas ruínas a parte superior da crista rochosa.
Tudo quanto resta da fortaleza medieval, classificada I.I.P. em 1955, são alguns tramos de muro executados com pedra miúda e argamassa, atingindo na sua maior altura cerca de três metros. O recinto assim muralhado ostentaria originalmente uma planta sub quadrangular, abarcando uma área algo reduzida.
É possível que a erecção do mesmo se fique a dever à acção de D. Sancho I, monarca que em 1208 concederia carta de foral à vila de Rebordãos. D. Dinis reformaria esse foral em 1285, passando o termo da povoação para a posse do seu filho bastardo D. João Afonso. Teimosamente erguido, contra a inclemência do tempo e da acção humana ao longo do século, persiste o rudimentar Pelourinho de Rebordãos, também ele classificado I.I.P em 1933.
Trata-se de uma estrutura em granito da região, composta pela tradicional base em degraus, suportando uma coluna de fuste octogonal e encabeçada por desproporcionada peça de formato cúbico.
A Igreja Matriz é um edifício de traça recente, flanqueada por desproporcionada e algo estranha torre e marcada por dois pequenos alpendres defendendo os pórticos principal e lateral. Parem além deste templo paroquial, existem na freguesia as Capelas de N. Sra. Da Serra (em Sarzedas, Meeiras com Sortes), de Santa Teresinha e de S. Sebastião.
in:cm-braganca.pt
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