Misterioso e noctívago, o mocho-de-orelhas é a mais pequena ave de rapina existente em Portugal.
O nome comum do mocho-de-orelhas provém dos dois tufos que possui na cabeça, que fazem lembrar orelhas. |
É um migrador de longo curso, aproveitando os meses quentes em território português e representa um desafio para os bird watchers pois é muito mais fácil ouvi-lo do que observá-lo. Além disso, é persuasivo a afastar os intrusos humanos dos seus ninhos, direccionando os ataques à nuca.
O espaço rural português representa um dos seus refúgios numa Europa cada vez mais renitente face à agricultura, mas ainda se sabe pouco sobre a evolução das populações desta espécie no nosso país. A bióloga Mariana Marques comparou na sua tese de mestrado as situações da coruja-do-mato e o mocho-de-orelhas.
A coruja-do-mato é mais agressiva face às pequenas aves de rapina que com ela partilham o território e tem um estatuto de conservação mais favorável.
O mocho-de-orelhas tem estatuto desconhecido, mas sabe-se que o uso de pesticidas o afecta, pois o fim dos grandes insectos privam-no de alimento.
Estima-se que existam 1.000 a 1.200 casais de mochos-de-orelhas em Portugal, sobretudo em Trás-os-Montes e na Beira Alta, mas a sua evolução dependerá do futuro do espaço rural. A tendência para a proliferação de monoculturas agrícolas e florestais terá fortes impactes no seu destino.
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