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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Hino Nacional faz 130 anos

 Tudo começou quando em 1890 os ingleses deram-nos um ultimato e nós respondemos com uma música que se viria a tornar hino nacional.

O hino nacional português assinala em 2020 o seu 130º aniversário. Composto em 1890 como resposta patriótica, e indignada, contra o ultimato inglês, ‘A Portuguesa’ acabaria por se tornar no hino oficial do país em 1911. Ou seja, pouco tempo depois da instauração da República na sequência da revolução que a 5 de outubro de 1910 acabaria por depor o último rei de Portugal, D. Manuel II.
Com letra de Henrique Lopes Mendonça e música de Alfredo Keil, que juntamente com a Banda do Carril hoje Frazoeira de Ferreira do Zêzere, Alfredo Keil, aí passando férias ensaiou e tocou esta banda esta marcha, embora Alfredo Keil nunca vesse a saber que a marcha patriótica viria a ser escolhida para o hino, pois faleceu dois anos antes da Revolução do 5 de Outubro 1910. O hino nacional português foi não só um tema de resistência patriótica contra a prepotência britânica, mas também um símbolo republicano, uma ideia de governo que alastrava de forma clara na sociedade portuguesa nos finais do século XIX.
A 31 de janeiro de 1891, um golpe de estado falhado, com epicentro no Porto, e que tinha por objectivo a deposição da monarquia, já tinha este tema musical como hino dos revoltosos.

HINO NACIONAL: CANHÕES OU BRETÕES?
Muito embora os historiadores tendam a divergir, consta que a letra do hino nacional português nem sempre terá sido “contra os canhões marchar, marchar”. Como resposta ao infame ultimato inglês, a letra seria “contra os bretões, marchar, marchar”, uma linguagem claramente bélica e de confrontação contra os súbditos de Sua Majestade, na altura a Rainha Vitória.
No entanto, há quem defenda também que a versão original sempre fez referência aos canhões e que o termo bretões terá sido introduzido posteriormente, no calor da refrega política.
A verdade é que ‘A Portuguesa’ acabaria por ser mesmo adoptado como hino nacional, substituindo o ‘Hymno da Carta’, que subsistia desde maio de 1834, e que foi escrito na altura por nada mais, nada menos, do que o próprio rei D. Pedro IV.
No entanto, ao longo dos anos foram circulando diversas versões, não só na linha melódica, pelo que foi criada, em 1956, uma comissão encarregada de fixar uma versão final. A proposta que esta comissão elaborou foi aprovada em 1957 e, desde então, o hino nacional é tal qual o conhecemos hoje.
O hino nacional ‘A Portuguesa’ é uma das muitas reações contra o ultimato inglês, mas existiram muitas outras, umas mais poéticas, outras mais práticas, outras ainda de cariz algo violento. A verdade é que a realidade política nacional nunca mais seria a mesma, o que levaria ao regicídio, em 1908, e à instauração definitiva da República, a 5 de outubro de 1910.
Já agora, aqui fica a versão completa da letra do hino nacional, de Henrique Lopes de Mendonça, que quase ninguém conhece:

I
Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria, sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!
Refrão
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar!
Contra os canhões
marchar, marchar!
II
Desfralda a invicta bandeira
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu!
Beija o solo teu jucundo
O oceano, a rugir d’amor,
E o teu braço vencedor
Deu novos mundos ao Mundo!
Às armas, às armas!
Sobre a terra e sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar!
Contra os canhões
marchar, marchar!
III
Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal de ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.
Às armas, às armas!
Sobre a terra e sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar!
Contra os canhões
marchar, marchar!

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