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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

OBRAS NO ESTABELECIMENTO PRISIONAL DE BRAGANÇA PERTURBAM VIZINHOS

 O Estabelecimento Prisional de Bragança está em obras há dois anos mas há quem não compreenda o que está a ser feito.
Manuel Henrique reside nas imediações da cadeia e não entende que projecto está a ser seguido, considerando que os anexos, recentemente construídos, não correspondem com as características urbanísticas da cidade. “Já construíram quatro ou cinco anexos, fora o corpo principal, que foi aumentado significativamente. Acho esquisito as construções anexas que estão a fazer e estranhei a volumetria que deram ao espaço principal”, explicou. 

Em Fevereiro de 2016 a câmara de Bragança havia anunciado a realização de um projecto de intervenção naquele estabelecimento, que, contudo, não contemplava a instalação de aquecimento, apesar das reclamações dos reclusos nesse sentido. Ainda assim, as obras, conforme o projecto em causa, passariam pela ampliação do estabelecimento dotando-o com mais duas salas, para garantir a ocupação dos reclusos e também o melhoramento de condições no exterior. 

Na altura, o presidente da câmara, Hernâni Dias, explicou que o projecto, que rondava os 700 mil euros, fora remetido à tutela para financiamento. Precisamente um ano depois, o projecto que a câmara tinha “oferecido” acabou por ficar na gaveta. De passagem por Bragança, o responsável pela Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais descartou este projecto e referiu que o estabelecimento prisional iria sofrer obras, mas o mais provável era que se tratasse de pequenas intervenções e não de um projecto ambicioso, tal como pretendiam a autarquia e o director do estabelecimento. “Não sei se serão as obras ideais, porque o ideal não existe”, garantiu, em 2017, Celso Manata, à Rádio Brigantia. Em resposta, o autarca de Bragança salientou que as necessidades da cadeia iriam muito além de pequenas reparações. 

Contactada pelo Jornal Nordeste, a Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais não prestou, até agora, qualquer declaração. Apesar de tudo, apurou-se que as obras avançaram e não se ficaram pelos pequenos ajustes como havia dito Celso Manata. Em 2018 a Secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Helena Mesquita Ribeiro esteve de visita às obras na cadeia. No ano seguinte, também a Ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, visitou a empreitada. Nas duas vezes verificou-se que as obras eram de alargamento, de melhoria das celas, de renovação do espaço de visitas, de criação de outro pátio de recreio e de construção de um quarto de visitas íntimas para os reclusos. “Acho estranho que a câmara deixe fazer aquilo assim, sem ter um projecto, sem nada, porque não me parece que aquilo tenha projecto algum”, afirmou Manuel Henrique, que salientou não entender porque estão a ser feitas “ampliações enormes” quando “a cadeia de Izeda tem centenas de milhares de metros quadrados subaproveitados e onde se gastaram milhares de euros”. 

O morador, à semelhança do que diz serem as preocupações dos vizinhos, mostrou-se ainda receoso com o facto de esta empreitada poder trazer mais reclusos para Bragança. “Não percebo como continuam a usar esta prisão no meio da cidade, parece que alguém tem interesse em que se mantenha aqui”, finalizou. 

Uma fonte próxima da câmara de Bragança referiu que o projecto do município, que cumpria todas as normas legais, não se terá realizado devido à falta de financiamento. Adiantou ainda que, desta forma, as obras, “bem ou mal feitas”, serão da responsabilidade do estabelecimento prisional e da tutela.

Jornalista: Carina Alves/Ângela Pais

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