A criação de novas empresas voltou a cair em outubro a nível nacional, mas o acumulado desde maio revela uma outra tendência: enquanto no litoral há menos empresas a nascer neste período, no interior houve um salto.
"Numa análise regional à constituição de novas empresas desde o final do 1.º estado de emergência, destaca-se uma divisão totalmente assimétrica, com todos os distritos do litoral a recuarem face ao período homólogo e, ao contrário, com todos os distritos do interior a registarem aumentos de novas empresas", lê-se no comunicado da Informa D&B.
O nascimento de empresas nos distritos do interior representam 16% do total do país e os maiores aumentos deram-se nos distritos de Bragança (32%), Évora (24%) e Beja (18%). Muito perto fica Portalegre, com um salto de 17% e Vila Real, Castelo Branco e Viseu subiram cerca de 10%. Guarda também consegue um registo positivo, de 6%.
Do outro lado do país, as maiores variações registam-se em Lisboa, Setúbal, e no Porto, de -30%, -28% e -22%, respetivamente. Viana do Castelo também vê uma queda acentuada, de 17%, e os restantes vêm diferenças abaixo dos 10% ou nulas.
Em outubro deste ano nasceram 3.307 novas empresas em Portugal, um número que representa uma queda de 11% face ao mês de setembro e de 22% face a outubro de 2019. Esta descida é transversal à quase totalidade dos setores, com os Serviços empresariais e o Alojamento e restauração a apresentarem os maiores recuos face a setembro. Desde o início do ano e até 31 de outubro foram criadas 31.415 novas empresas, uma descida de 26% face ao período homólogo de 2019.
A D&B deteta que a constituição de novas empresas tem oscilado de acordo com a incidência da pandemia. Durante o confinamento de março e abril, o nascimento de empresas registou uma quebra acentuada (-70% e -50% respetivamente). Com o alívio progressivo das medidas de contenção e com a reabertura da economia, o nascimento de empresas aumentou progressivamente relativamente aos meses anteriores. Deste modo, em agosto este indicador já apresentou valores acima de 2019, tendência que se manteve na primeira quinzena de setembro.
Contudo, fase ao aumento de casos que se tem vindo a verificar, é provável que a pandemia "volte a afetar a criação de novas empresas no futuro próximo.", considera a mesma fonte.
Desde janeiro foram encerradas 12.719 empresas, menos 20% que no período homólogo. O setor dos transportes é o único a registar um valor mais elevado do que em 2019. "Esta subida, ainda que ligeira, deve-se ao aumento dos encerramentos nas empresas de transporte ocasional de passageiros em veículos ligeiros", justifica a Informa D&B.
Já no que toca aos processos de insolvência, desde o início do ano registaram-se 1.953 novos processos, um aumento de 4,7% face a igual período de 2019.
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