“Foi um investimento feito com recurso a verbas sobrantes ainda do PDR2020 [programa de fundos europeus que está a terminar], no valor de 500 mil euros. Queríamos responder à iniciativa do Estado de aumentar, junto dos agricultores, a aptidão de sementeira de cereais, seja trigo seja centeio. Com esta capacidade de armazenamento, conseguimos armazenar alguma da produção que se faça aqui na região. Pode ser uma resposta da nossa parte à região para ter capacidade de acomodar um eventual aumento de produção agrícola. Se isso acontecer, ótimo, teremos essa capacidade de armazenamento”, explicou ao Mensageiro Luís Afonso.
O empresário revela que a guerra na Ucrânia tem provocado escassez do produto e o aumento dos preços.
“O preço do cereal é hoje mais convidativo. É o dobro do que se pagava antes da guerra e do covid.
Antes de 2020 pagávamos 180 euros por tonelada de centeio e 250 de trigo. O trigo subiu para 600 euros e o centeio para 400 euros a tonelada. Agora estão a baixar um pouco, mas ainda estão em 320 o centeio e o trigo”, sublinhou.
O empresário acredita que seria importante para a região se os agricultores voltassem a apostar no cultivo de cereais, sobretudo nas terras que estão ao abandono.
“Isso permitiria aumentar o rendimento dos agricultores, através de terras que hoje estão incultas. Muitas outras foram transformadas em soutos de castanheiros.
Espero que em breve sejam transformadas em terras aráveis.
Também é importante para a prevenção de incêndios, porque uma terra lavrada não tem tanto combustível.
E, por fim, disponibilidade de alimento traduz-se em aumento da fauna silvestre e isso era fundamental para uma prática cinegética mais confortável, que é uma atividade que atrai muitos visitantes à região, para além de mantermos diversidade no território.
Socorremo-nos dos instrumentos que o Estado, e bem, colocou à disposição dos industriais. Esperemos, agora, a resposta dos agricultores”, concluiu.
Com este investimento, a Moagem do Loreto vai conseguir armazenar mais 350 toneladas, que garante as necessidades de duas semanas de produção de farinhas. As duas linhas de produção estão, neste momento, a utilizar 25 toneladas por dia.
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