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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Freguesia de Chacim

As lendas invadem o imaginário de todos os que ouvem as historias de antigamente. Aparecem como formas de justificar algo e perpetuam-se ao serem transmitidas de geração em geração. Nesta privilegiada freguesia de Trás-os-Montes existem diversas histórias de profundas raízes cristas. No início da Nacionalidade, entre a Avenida de Chacim e o alto do Monte do Carrascal, travaram-se lutas renhidas entre os mouros e os cristãos. A chacina dessa altura poderá estar na origem do nome da freguesia, tal como a lenda da Senhora de Balsamão.
Lenda da Senhora de Balsamão
A cerca de quatro quilómetros da freguesia encontra-se o Santuário da Senhora de Balsamão. Muito provavelmente do tempo da Reconquista Cristã. Nessa altura, os mouros estavam instalados no Monte do Carrascal e subjugavam os cristãos com pesados impostos. O mais grave e vergonhoso era o “Tributo das Donzelas” que consistia na obrigatoriedade da noiva passar a noite de nupcial com o Emir, chefe dos Mouros.
Certo dia, depois da realização de um casamento em Crasto, a noiva foi raptada quando saía da Igreja. Mas, já estava tudo preparado para pôr termo à quele insulto. O noivo era filho do Chefe dos Cavaleiros das Esporas Douradas de Alfândega. Homens e jovens correram para a montanha. Desafiaram o Emir que, em resposta, lhes enviou alguns guerreiros travando-se uma luta feroz. Apesar da bravura, os cristãos iam desfalecendo e, de repente, surgiu diante deles uma senhora vestida de enfermeira. Limpou-lhes as feridas e aplicou-lhes um bálsamo, curando-as milagrosamente. Esta senhora era a Mãe de Deus. Subitamente, os Cavaleiros das Esporas Douradas gritaram: “ Vitoria”! Com a morte, do Emir, os Mouros bateram em retirada. Purificada a Mesquita, festejou-se a vitoria celebrando uma missa em honra da Defensora do Lar e Padroeira dos Noivos, a Divina enfermeira Senhora de Balsamão.
Imprescindíveis em qualquer região; as festas apresentam-se sempre com um carácter litúrgico. O culto aos Santos e feito com muita fé mas também com muita alegria, Actualmente não há celebrações sem diversão, fazendo parte dela a musica, a dança, o convívio, e demais componentes. Chacim convida a conhecerem a Festa da Paróquia realizada anualmente no mês de Agosto. Para esta festa, não existe um dia fixo, mas geralmente tem lugar na primeira quinzena do mês, e celebra-se em Honra de Santa Eufémia e de São Sebastião. Realiza-se uma festa religiosa, com a tradicional procissão pelas ruas principais da freguesia. À noite, decorre o arraial com fogo de artifício, Banda de Música e Conjunto Musical.
Feira das Cebolas, Feira de São José, Feira Mensal
Desde tempos remotos que se realizam feiras em Chacim, famosas e classificadas entre as maiores da província. Durante muitos anos realizavam-se feiras quinzenais, a 4 e 19 de cada mês, acabando por desaparecer com o passar do tempo. Actualmente ainda se realizam as feiras anuais: Feira das Cebolas, a 10 de Setembro, e a Feira de São José, a 19 de Março. Estas feiras atraem muitas pessoas de várias localidades, principalmente em Setembro devido à excelente qualidade de cebola que e colocada a venda, Recentemente surgiu uma Feira Mensal, no quarto Domingo de cada mês.
Hino de Chacim
As danças e cantares transmitem alegria a quem nelas participe, directa ou indirectamente. Chacim, através do hino da freguesia, apresenta todas as potencialidades desta terra, resumindo a sua história e despertando a curiosidade a quem o ouve.

Coro
Belo Chacim, quero-te tanto!
Não há para mim maior encanto.
Tuas belezas são primores de admirar,
Que grande glória em Chacim em ti morar!

I - Minha terra é Chacim,
E um formoso jardim,
Tem p'ra mim todo o vaiar.
Com suas casas branquinhas,
E suas águas clarinhas,
Eu tenho-lhe grande amor.

II - Tua avenida espaçosa,
De verdura tão viçosa,
E um encanto, um primor.
Onde canta o rouxinol,
Antes do nascer do sol,
Um terno hino de amor.

Ill - Tudo anda sempre em festa,
Nesta terra tão modesta,
De alegria a transbordar,
A juventude vistosa
E alegre e graciosa,
Passa o dia a cantar.

IV - O teu solo produtivo,
Agradecendo o cultivo
Dá batatas e feijões.
Numerosos olivais,
E extensos cebolais
E carradas de melões.

V - O encanto principal
Desta terra sem igual,
A Ermida de Balsamão.
Onde Vão os peregrinos
Entoar celestes hinos
Com amor e devoção.

Em dias festivos , os jovens vestiam o traje caracter í stico do Rancho Folcl ó rico da Casa do Povo de Chacim. Enquanto dançavam e cantavam as jovens raparigas envergavam uma blusa branca com folhos, saia preta, bordada com muita arte, meias de renda e chinelas pretas também bordadas. Esta bela tradição deixou de existir, mas a população aguarda ansiosamente a reinserção desta indumentária, nas tradições de Chacim.
Jogos tradicionais
Os jogos tradicionais sempre tiveram uma componente educativa e social. Sem luxos nem despesas, podiam ser praticados em qualquer lugar e a qualquer hora, Os jogos que se realizam na freguesia de Chacim são o Fito e a Sueca, praticados por grupos de homens e rapazes. O fasc í nio e a destreza com que jogam é de tal ordem que prendem a atenção de varies espectadores, Em certas épocas do ano realizam-se torneios de ambos os jogos, sendo atribuídos aos vencedores variados prémios como taças e presuntos, entre outros. Uma destas é pocas é na Festa da Santíssima Trindade,
Jogo do Fito
Geralmente, os locais escolhidos para este jogo s ã o a Avenida ou no Largo da Feira.O fito joga-se com duas pequenas pedras, colocadas em pé, e distantes cerca de 10 a 20 metros e dois marcos. Dois ou quatro jogadores iniciam o jogo, tentando derrubar o fito (marco de pedra) ou, pelo menos, conseguir que a sua pedra fique o mais pr ó xima poss í vel dele. O derrube do marco vale quatro pontos, enquanto que quem conseguir colocar a malha mais próxima que o adversário alcan ç a dois pontos. Vence o jogo aquele que conseguir chegar primeiro aos quarenta pontos.
Jogo de Cartas – Sueca
A sueca e um jogo de cartas em que participam quatro jogadores, dois contra dois, com os parceiros sentados frente a frente, O baralho tem somente quarenta cartas, sendo removidos os oitos, os noves e os dez. O objective e ganhar cartas que valem pontos. Assim, as cartas valem: á s, 11 pontos; sete ; 10 pontos; rei, 4 pontos; valete 3 pontos; dama, 2 pontos; 6, 5, 4, 3 e 2 valem zero pontos. Há cento e vinte pontos somados no baralho. O jogador que começa foi aquele que cortou o baralho. Os outros jogadores devem seguir o naipe escolhido pelo primeiro jogador Aquele que não tiver cartas do naipe puxado pode jogar cartas de qualquer outro naipe, incluindo o trunfo. A carta mais alta do naipe, ou o trunfo mais alto, ganha a jogada. O participante que ganhou puxa o próximo naipe. A pratica deste jogo e ao ar livre, quando esta bom tempo, ou como passatempo, ao serão nas noites de Inverno.
Gastronomia 
Boa comida e óptimos petiscos podem ser saboreados por quem visita Chacim. O salpicão, a chouriça, as saborosas alheiras, o bom queijo de ovelha; fazem as delícias de quem desejar visitar esta terra que, pelos seus atractivos, tradições e mérito da sua gente autenticamente transmontana na alma e no coração, quer ser uma terra do século XXI, voltada para o progresso.
Artesanato 
Chacim e rico na sua tradição histórica que e variada e composta de tudo um pouco. Antigamente, existia na localidade o “Patronato da Sagrada Família", orientado pelas servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado. Nesta casa, as jovens internas e externas eram orientadas, aprendiam e executavam trabalhos de Tecelagem, Costura ; Bordados à m ã o e à m á quina. A harmonia que se vivia na casa era transmitida na beleza dos trabalhos efectuados. Actualmente, estas actividades artesanais abrandaram mas não cessaram, continuando sob a orientação das religiosas no A.T.L da "Sagrada Família” .

in:chacim.jfreguesia.com

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