Foto: Rui Manuel Ferreira / Global Imagens |
O bispo D. José Cordeiro garantiu hoje à agência Lusa que as festas religiosas vão realizar-se, nomeadamente as procissões, mas adaptadas à realidade atual, de forma a que a segurança esteja salvaguardada. "A festa cristã celebra-se, a eucaristia da festa celebra-se, portanto nós não cancelamos festas, agora cancelamos é o modo de as fazer como até agora vínhamos fazendo", vincou.
O verão é uma época peculiar de festas e romarias no Nordeste Transmontano, desde as aldeias aos meios mais urbanos, com celebrações dos santos padroeiros. As medidas de contenção da pandemia de covid-19 impedem os ajuntamentos típicos destes momentos, que o bispo defende ser possível continuar a realizar sem pôr em causa a saúde pública.
"Havemos de encontrar as formas criativas e segundo aquela regra geral que é o mais importante, que é o bom senso, que tem de estar presente em todos os atos responsáveis que iremos fazer", sustentou.
Já na primeira semana de junho, a diocese vai avaliar esta questão das festas cristãs, incluindo as procissões, nas reuniões dos quatro arciprestados, nas quais o bispo também estará presente. "Nós temos é que encontrar alguma criatividade para as fazer, uma maneira que cuide da saúde pública, que as pessoas, por exemplo, fiquem às janelas ou às varandas e passe um carro com a imagem e que haja um momento de recolhimento e de oração porque não é uma questão de mera tradição, de decoração ou de folclore, mas é uma questão de fé", apontou.
José Cordeiro acredita que, "com inteligência, no diálogo com as autoridades sanitárias, com as autoridades de segurança é possível encontrar formas criativas, salvaguardando todas as medidas de segurança" e atendendo à realidade do território do Nordeste Transmontano.
"Nós não podemos perder aquilo que dá sentido à nossa vida e nas nossas aldeias é vital, é decisivo que isso aconteça, agora não pode acontecer é como acontecia no ano passado ou como acontecia há uns meses atrás, exige muito de nós, vai dar muito que fazer", reiterou.
O prelado sublinhou que as situações serão analisadas "caso a caso" e que terá "sempre de haver autorização da Cúria Diocesana e, nalguns casos, mesmo do próprio bispo".
"Vai ser a normalidade possível, não vai ser a anterior ao dia 13 de março, quando suspenderam as celebrações litúrgicas comunitárias", ressalvou.
Nada se deixará de fazer pelo medo e muito menos por causa do pânico
Da mesma forma, o bispo de Bragança-Miranda destaca que "os sacramentos não estão suspensos" e que continuarão a realizar-se casamentos, batizados e comunhões, indicando que ele próprio irá fazer algumas destas celebrações.
"Está a ser tudo ponderado, avaliado, inclusivamente os crismas, aquelas comunidades onde são pouco, cinco ou 10, que tenho alguns casos, iremos fazer, outros, estamos a adiar para setembro e outras coisas estão a ser avaliadas uma por uma, mas não é dizer: não se faz, não se celebra", acrescentou.
Segundo disse, nalgumas paróquias, alguns padres estão a ponderar "fazer à medida que as coisas estão preparadas, podem ser duas ou três crianças, quatro ou cinco, também mediante a capacidade do lugar onde se celebra, na igreja ou em missas campais com a devida autorização". "Nada se deixará de fazer pelo medo e muito menos por causa do pânico", declarou.
Para o bispo de Bragança-Miranda, "a Igreja tem de viver da presença efetiva e afetiva, não basta a transmissão por qualquer meio de comunicação social" e acredita que "as pessoas estão sensibilizadas para as normas sanitárias", nomeadamente a contenção de gestos.
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