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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Ligação a Sanabria? Bragança espera que seja desta

 Inclusão da obra no Plano de Recuperação que o Governo vai entregar à Comissão Europeia deixa a autarquia de Bragança na expectativa.
Via atravessa o Parque de Montesinho, o que tem levantado problemas - ADRIANO MIRANDA / PUBLICO

A inclusão da ligação rodoviária entre Bragança e Puebla de Sanabria no Plano de Recuperação e Resiliência que o país vai entregar em Bruxelas foi recebida com expectativa em Bragança. O município há muito que vem reivindicando o prolongamento do IP2 para a fronteira, garantindo um melhor acesso àquele concelho espanhol que vai ser servido pela ligação de alta velocidade entre a Galiza e Madrid. Se a obra avançar, Bragança ficará a três horas da capital espanhola.

Com o apoio do Eixo Atlântico, o município de Bragança procurou nos últimos anos resolver um impasse de duas décadas em torno desta via, que tem um troço a passar em pleno Parque Natural de Montesinho, o que foi levantando, sempre, impedimentos ambientais à sua concretização. As opções entretanto trabalhadas pela empresa Infra-estruturas de Portugal e pela Junta de Castela-Leão, após protocolo assinado no ano passado, resolverão, segundo o autarca Hernâni Dias, esta questão. Mas o projecto ainda terá de ser submetido a estudo de impacto ambiental. Em Fevereiro, num Conselho de Ministros realizado na região, o próprio primeiro-ministro assumira, contudo, a importância desta obra. 

No entanto, o autarca considera que “o que tem travado a ligação de Bragança à Puebla de Sanabria é “a falta de vontade política. Desde há muitos anos a esta parte que os sucessivos governos têm prometido uma ligação que permitiria um acesso rápido à Rede Ferroviária de Alta Velocidade, situada a apenas 30 quilómetros de Bragança, assegurando à região Norte de Portugal um reposicionamento estratégico extremamente relevante, numa óptica de desenvolvimento do país e desta região, em particular, resultando numa importante porta de entrada e saída do nosso país. Efectivamente nunca houve vontade para dotar financeiramente esta obra. Foi sempre o Município de Bragança a impulsionar e reivindicar a sua construção”, lembra Hernâni Dias, em resposta ao PÚBLICO.

A obra tem um valor estimado de 30 milhões de euros. Se o seu orçamento concreto ainda tem de ser calculado, em função do projecto que venha a ser adoptado, as suas repercussões são evidentes na relação de Trás-os-Montes com o país vizinho, e mesmo no seu “posicionamento” em Portugal, onde só nesta década viu desencravado o acesso ao Atlântico, com a abertura da auto-estrada Transmontana, obra que era aguardada há décadas.

Na verdade, com o país a adiar o desenvolvimento de uma rede ferroviária de alta velocidade, Bragança, com esta via para Sanabria, seria a primeira cidade portuguesa a ter acesso a este serviço, que a coloca, e a todo o Nordeste transmontano, a escassas três horas da capital espanhola. A partir desta, a região teria um acesso privilegiado a outras cidades espanholas importantes, também servidas pelo AVE, e, obviamente, à Europa. Já para os espanhóis, este investimento significa uma aproximação a 200 mil potenciais clientes que vivem do lado português, algo que não é de somenos.

ABEL COENTRÃO (JORNALISTA)

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