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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 8 de novembro de 2022

NÓMADAS

 Por: José Mário Leite
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)

Nómada, segundo o dicionário, é quem não tem residência fixa, que muda frequentemente de lugar, vagamundo ou vagabundo. Era um adjetivo com algo de depreciativo e digo era porque se ao epiteto for acrescentada a palavra “digital”, então o conceito ganha importância, valor e consideração. Os “nómadas digitais” são a elite dos trabalhadores disputados por empresas, instituições, governos e regiões.
Porque o futuro é digital é normal que as empresas do ramo disputem e invistam nos recursos humanos mais qualificados que, se estiverem algures, longe dos centros exorbitantemente dispendiosos onde têm as suas sedes ou os controladores dos “armazéns” de dados (também eles dispersos, redundantemente, pelo planeta), mais preciosos são, porque baixam os custos indiretos valorizando as soluções procuradas e comercializadas. Aparentemente, a atratividade destes novos hipsters confere estatuto, promove e valoriza o lugar onde se instalam, vivem e trabalham. Sendo nómadas não sei bem se devem ser classificados de imigrantes ou turistas, ou algo aí no meio. Porque, turistas vagabundos, era algo que, não se enjeitando, deveria ser evitado.
O investimento devia ser orientado para o turismo de qualidade, segundo garantiam há poucas décadas atrás os especialistas na matéria. E, igualmente, havia, se bem me lembro, um desígnio nacional para atrair imigrantes de luxo, normalmente reformados, nórdicos, na sua maioria, a quem se concediam grandes benesses.
Pareciam ser a chave para a valorização deste território ameno e pacífico tão carenciado dos dólares, coroas e outras moedas externas. E ainda se foi mais longe com os famosos e famigerados “Vistos Gold”. Tudo isto é verdade... no curto prazo. A liquidez, o prestígio e a atividade económica, no imediato, são vantajosas, sem dúvida. Mas, a longo prazo não. Porque a atratividade que é necessária para cativar esta gente passa pela implementação e manutenção de várias infraestruturas básicas e de qualidade (que, óbvia e naturalmente não dispensam) que são financiadas pelos impostos... dos que cá vivem. Para atrair os outros eram-lhes concedidas, várias isenções e generosos benefícios fiscais.
Ninguém duvida do interesse em atrair turistas ricos e com elevado poder de compra. Não é assim com os imigrantes. Os que se precisam, sendo especializados ou não, devem integrar e reforçar o contingente de trabalho nacional, sobretudo pagando impostos e contribuindo para a sustentabilidade da Segurança Social.
Venha quem crie emprego ou quem se instale, trabalhe e constitua família e tenha filhos, para inverter o declínio populacional Não é por acaso que, após a euforia das grandes remessas de capitais que chegaram com “investidores” estrangeiros, depois da inflação do imobiliário e da enorme quantidade de empresas que produzem tanto ou tão pouco que os seus gestores receberam os famosos 125.00€ concedidos pelo governo aos mais necessitados... venham agora os governantes dizer que é necessário reavaliar a medida... exatamente na altura em que as reformas não sobem por causa da sua sustentabilidade e o Serviço Nacional de Saúde... estoira por todos os lados!

José Mário Leite
, Nasceu na Junqueira da Vilariça, Torre de Moncorvo, estudou em Bragança e no Porto e casou em Brunhoso, Mogadouro.
Colaborador regular de jornais e revistas do nordeste, (Voz do Nordeste, Mensageiro de Bragança, MAS, Nordeste e CEPIHS) publicou Cravo na Boca (Teatro), Pedra Flor (Poesia), A Morte de Germano Trancoso (Romance) e Canto d'Encantos (Contos), tendo sido coautor nas seguintes antologias; Terra de Duas Línguas I e II; 40 Poetas Transmontanos de Hoje; Liderança, Desenvolvimento Empresarial; Gestão de Talentos (a editar brevemente).
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, vereador na Câmara e Presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo.
Foi vice-presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
É Diretor-Adjunto na Fundação Calouste Gulbenkian, Gestor de Ciência e Consultor do Conselho de Administração na Fundação Champalimaud.
É membro da Direção do PEN Clube Português.

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