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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

"P'la sombra dos meus silêncios"

Por: Paula Freire
(colaboradora do Memórias...e outras coisas...)


O dia cai sobre a janela do meu peito…
Percebo a altura longa dos sonhos nas paredes do olhar, 
quando a luz abraça o esquecimento
e a surpresa, súbita, de um último pensamento.
Os silêncios são donos das feridas e do passado
onde julguei todos os futuros ausentes,
apagados no fundo da alma.
Fito a doçura lânguida dos mudos sons…
Sei que neles nasce uma rara dádiva, 
uma ressonância cadente
que é cântico pousado, docemente,
na fala ansiosa das minhas inquietações.
Por isso, murmuro, entre a mágoa e o amor,
leva-me, sol, para o outro lado da humanidade
onde os sorrisos são somente verdade,
elos de força cristalina e desmedida vontade
de ser horizonte vasto, sentido,
sem medo de naufragar.
Infinito abrigo.
E um anjo de asas divinas que cuida de mim
com a simplicidade única do verbo amar.

Paula Freire
- Natural de Lourenço Marques, Moçambique, reside atualmente em Vila Nova de Gaia, Portugal.
Com formação académica em Psicologia e especialização em Psicoterapia, dedicou vários anos do seu percurso profissional à formação de adultos, nas áreas do Desenvolvimento Pessoal e do Autoconhecimento, bem como à prática de clínica privada.
Filha de gentes e terras alentejanas por parte materna e com o coração em Trás-os-Montes pelo elo matrimonial, desde muito cedo desenvolveu o gosto pela leitura e pela escrita, onde se descobre nas vivências sugeridas pelos olhares daqueles com quem se cruza nos caminhos da vida, e onde se arrisca a descobrir mistérios escondidos e silenciosas confissões. Um manancial de emoções e sentimentos tão humanos, que lhe foram permitindo colaborar em meios de comunicação da imprensa local com publicações de textos, crónicas e poesias.
O desenho foi sempre outra das suas paixões, sendo autora das imagens de capa de duas obras lançadas pela Editora Imagem e Publicações em 2021: Cultura sem Fronteiras (coletânea de literatura e artes) e Nunca é Tarde (poesia).
Prefaciadora do romance Amor Pecador, de Tchiza (Mar Morto Editora, Angola, 2021) e da obra poética Pedaços de Mim, de Reis Silva (Editora Imagem e Publicações, 2021).
Autora do livro de poesia Lírio: Flor-de-Lis (Editora Imagem e Publicações, 2022).
Em setembro de 2022, a convite da Casa da Beira Alta, realizou, na cidade do Porto, uma exposição de fotografia sob o título: "Um Outono no Feminino: de Amor e de Ser Mulher".
Atualmente, é colaboradora regular do blogue "Memórias... e outras coisas..."-Bragança e da Revista Vicejar (Brasil).
Há alguns anos, descobriu-se no seu amor pela arte da fotografia onde, de forma autodidata, aprecia retratar, em particular, a beleza feminina e a dimensão artística dos elementos da natureza, sendo administradora da página de poesia e fotografia, Flor De Lyz.

2 comentários:

  1. Escreves e pensaste Paula: - … Os silêncios são donos das feridas e do passado
    onde julguei todos os futuros ausentes…
    Àh quantos pensaram o mesmo, ou semelhante. Não há futuro que não transporte as “marcas” do passado… e o futuro está aqui, ou esteve, quando comecei a escrever. Já é passado...
    Não escreves com os dedos das mãos, escreves com a alma.

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    1. Obrigada, Henrique, pela sensibilidade nas tuas palavras e no sentimento.

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