Estas corporações prestam serviço INEM, mas não recebem qualquer verba fixa do Governo, por serem apenas Postos de Reserva.
Das 15 corporações do distrito, são as únicas que não são Postos PEM.
O presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Sendim, Ilídio Rodrigues, queixa-se que são obrigados a suportar todos os custos. “Se nós precisamos de uma ambulância de emergência, não nos dão montante nenhum, nem nos dão viatura, ou seja, somos nós que temos que adquirir a viatura. Além disso, não recebemos nenhum montante fixo financeiro mensal atribuído. A diferença é que nos pagam na taxa de saída e o no preço por quilómetro ligeiramente mais alto, do que pagam aos Postos PEM, mas é só isso e temos que garantir o mesmo serviço, a mesma rapidez e a mesma prontidão”, reclamou.
As corporações que são Postos de Emergência Médica recebem, mensalmente, 4890 euros do INEM, além do pagamento dos quilómetros.
Uma vez que os bombeiros de Sendim não recebem esta taxa fixa, Ilídio Rodrigues admite que este serviço causa prejuízos que às vezes ultrapassam os mil euros por mês. “Temos prejuízo com os transportes de INEM, só que nós não podemos recusar a fazê-los. Fazemos imensa ginástica para que seja possível, socorremo-nos de serviços, voluntários e dos nossos trabalhadores fora dos seus horários normais de trabalho, e compensamo-los por isso, e é uma grande aflição. Urge resolver este problema, é uma questão de justiça e equidade, porque os serviços que eles prestam são os mesmos que nos prestamos”, vincou.
Para o presidente da Associação Humanitária de Izeda suportar os custos do INEM é insustentável. João Lima disse que o pagamento dos quilómetros não é suficiente para a prestação do serviço. “É pago à parte, mas nós temos que pagar à corporação, comprar o carro e os consumíveis, arcar com tudo. Nós fazemos mais INEM’s que mais de metade das associações que têm PEM. A não ser Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela, ninguém faz mais do que nós”, afirmou, acrescentando que “a sustentabilidade do INEM é do Governo e não das associações”.
Esta semana, a Liga dos Bombeiros Portugueses exigiu ao INEM que actualizasse a taxa fixa que paga às corporações que são Postos PEM.
De acordo com o presidente da Federação distrital dos Bombeiros, Diamantino Lopes, o valor devia ser actualizado para seis mil euros. “O compromisso que as associações têm é que respondam ao minuto às solicitações de socorro, doenças súbitas, acidentes, é esse o objectivo dos PEM. Para cobrirmos 24h significa termos quatro equipas de dois homens, oito pessoas, com um custo médio, por pessoa, de 1500 euros, mais os custos de funcionamento, implica uma despesa de 12 mil euros por mês”, explicou.
A Liga dos Bombeiros Portugueses deu ao INEM até 15 de Março para apresentar um documento que responda às exigências de financiamento. O actual acordo sobre os valores atribuídos às corporações está em vigor desde Outubro de 2021, na altura assinado pelo anterior presidente da Liga dos Bombeiros.
Sem comentários:
Enviar um comentário