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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Fraga de João Fernandes

Local: Assares, VILA FLOR, BRAGANÇA

Havia ali uma fonte onde uma mulher ia todos os dias e achava sempre um tanto de dinheiro depositado. Ao aparecer com o dinheiro em casa, o marido perguntava-lhe de onde o trazia e ela dizia: 
— Vou a tal fonte e o dinheiro está lá sempre. 
O marido, achando aquilo estranho, começou a desconfiar dela, pensando que andasse metida com algum sujeito que lho dava. Resolveu, por isso, ir espreitar a mulher. E viu então que era verdade, o dinheiro estava lá. Veio, por isso, embora todo satisfeito, sem a mulher dar conta. 
Neste entretanto, quando ela pegou no dinheiro para se vir embora, aparece-lhe uma grande cobra, com cabelos de mulher, compridos, e a falar-lhe: 
— Não tenhas medo, que eu sou uma mulher como tu, mas estou aqui encantada nesta figura. Se quiseres, podes desencantar-me e eu faço-te muito rica. As moedas que aqui te deixo são só uma pequena amostra do que posso dar 
— E que tenho de fazer? — perguntou a mulher. 
— Só tens de me dar dois beijos na cara, um de cada lado. Mas não te arrepies! Se não, estragas tudo. 
— Pronto. Então anda lá — concordou a mulher. 
Só que, mal foi para se lhe chegar á cara, a mulher arrepiou-se. E gritou: 
— Ai santo nome de Jesus, que eu tenho-te medo! 
Estragou tudo. 
— Ah, maldita, que à tua conta vou ficar nesta figura mais 100 anos! — disse-lhe por fim a cobra, desaparecendo da sua vista. 
E, por isso, lá continua encantada. E a mulher nunca mais viu dinheiro nenhum.

Fonte:PARAFITA, Alexandre Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2 Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010 , p.222

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