“E já não havia rosas” é o título do último livro publicado por Fernando Calado a apresentar na Biblioteca Municipal de Miranda do Douro, a partir das 18 horas, dia 1 de agosto.
Este é um livro de ficção…mas também uma história de amor…ou talvez a história emocionante de uma grande amizade que fica…de memórias…de afectos para que a vida ainda possa ser uma coisa muito bonita… E já não havia rosas, é um livro, uma história e uma viagem por todo o nordeste transmontano… onde nos sentimos acompanhados pelo pulsar das nossas aldeias, vilas e cidades, pelo remanso dos rios, pelo voo das cegonhas, pelo vermelho das cerejas, pela pureza da flor, pelo sentir de um povo que obrigou a terra a ser mãe no milagre das colheitas.
E já não havia rosas é um livro sentido, de alegrias e tristezas, de encontros e desencontros, escrito na longa noite de Milhão, onde o autor habita e conta a história de uma mulher bonita que chegou ao amanhecer e já não havia rosas e chovia e de outras mulheres que fazem pão… criam o cevado… semeiam a horta… mondam o trigo, plantam morangos, acariciam as flores, falam ao soalheiro, criam filhos, enlaçam a renda, vão à missa, rezam o terço, andam as cruzes, cantam romances, temperam o fumeiro… rezam aos santos… benzem as maleitas… pegam nos netos… partilham o amor… fiam o linho… tecem a colcha e fazem as meias que afagam os Invernos!
E já não havia rosas é a história de chegadas e partidas, de gestos que se perdem na lonjura da estrada e devolve-nos o nordeste transmontano por inteiro, na memória do adro da igreja, da cerca da escola, da forja, do tear, do moinho lousado, da pedra alveira, das segadas, das malhas, do espadar do linho, da fruta madura, do toque das Trindades, do cheiro a feno, dos rebanhos pastando no paciência do pastor, do carro de bois, do arado, da adega fresca, do vinho… ou então do orvalho que todos os dias, em tempo de Primavera, namora com as roseiras do nosso quintal, ou do sol que se faz soalheiro no alpendre da velha casa. É um livro de sinais e códigos, onde reina a palavra e os silêncios na memória dos tempos.
O livro já não pertence ao escritor…é de todos…mas depois de o ler fica a saudade do nosso convívio com as mulheres, os homens, as rosas, os animais e toda a natureza que moram dentro do livro, escrito por Fernando Calado, mais com o coração do que com a razão indo ao encontro das coisas mais bonitas da humanidade para que tudo fique justo e perfeito.
Fernando Calado nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e Professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança.
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.
in:noticiasdonordeste.com
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A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
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