Localizada bem no “coração” do território concelhio, esta freguesia distará uma meia dúzia de quilómetros para sudeste da urbe brigantina, ligando-se a esta através da EN 217 (Bragança – Izeda - Mogadouro) e de um estreito caminho camarário (via S. Pedro de Serracenos ).
Este território paroquial apresenta uma topografia de cariz planáltico, oscilando as cotas de altitude entre os 500 e os 750 metros. O rio Sabor banha a metade oriental da freguesia, correndo de norte para sul em trecho particularmente tortuoso e acidentado. A despeito da sua condição periférica em relação ao núcleo urbano brigantino, esta freguesia tem visto a sua taxa demográfica em franco declínio desde os meados do século, altura em que registaria 331 habitantes.
As raízes do povoamento local hão-de, por seu turno e pelo mínimo, recuar à época castreja da Idade do Ferro, como adiantava já o articulista da “Grande Enciclopédia”, firmando em autores dos séculos XVIII e XIX. De facto, já nas “Memórias Paroquiais” de 1758 se alude a achados de objectos metálicos nos restos de um fortificado chamado “Castelo”.
Volvido mais de um século, Pinto Leal voltaria a dar notícias do referido “Castelo”, que diz ser “dos Romanos” e onde teriam surgido “armas antigas”. O reduto defensivo castrejo teria ainda seu “fosso e contrafosso, abertos na rocha”, pelo flanco ocidental. Deixando entender a possível existência de um segundo local fortificado, este autor oitocentista acrescentava ainda que “no cume do monte também houve um Castelo antiquíssimo, e ainda se vê ao sul uma estacada de lousas feita ao uso antigo”. O Abade de Baçal e , na sua esteira, alguns outros investidores mais recentes (Neto, Esparza e A.C.F. Silva) confirmariam por seu turno a existência de dois diferentes povoados castrejos em Alfaião, localizando-se um deles no chamado “Castelo das Freiras” e o outro no “Alto da Veiga” ou “Vale de Castro”.
Quanto à génese da freguesia propriamente dita, pouco se saberá de concreto, pois que osprimeiros documentos a referi-la serão já algo tardios, respeitando a meados do século XIII.
Reportamo-nos, num dos casos e muito concretamente ás ”Inquirições” de 1258, ordenados por D. Afonso III à “parrochia Sancti Martini de Alfayãa”, em “terra” de Bragança. Baseado no texto deste inquérito medieval, o articulista da “Grande Enciclopédia” atreve-se a supor que “o repovoamento de Alfaião se fizera alguns decénios antes, talvez sob o domínio de D. Sancho I” e que “os paroquianos deviam ter sido os fundadores, integrando-se nos trabalhos paralelos aos da fundação de Bragança naquela época”.
Após a criação do bispado de Miranda do Douro, o padroado desta igreja de S. Martinho de Alfaião irá surgir, durante algum tempo, na alçada do cabido daquela diocese, regressando posteriormente a Bragança. Entre o património edificado local de cariz religioso conta-se, para além da Igreja Matriz, as Capelas de S. Sebastião e de N. Sra. da Veiga.
in:cm-braganca.pt
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