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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Os medronhos andam por aí

Portugal é um país em que o sector florestal tem um importante impacto socio-económico. No entanto, nos últimos anos, vários problemas têm afectado as plantações florestais com particular incidência no pinheiro-bravo, espécie que tem sofrido um acentuado decréscimo em termos de área.

Embora não tão graves, diversas pragas e doenças têm também atacado outras espécies florestais importantes no nosso país, como o sobreiro e o eucalipto. Estes condicionalismos tornam premente a necessidade de diversificar as espécies com potencial económico de forma a melhor se aproveitarem os nossos recursos endógenos.

De entre as espécies com potencial para serem exploradas no nosso país destaca-se o medronheiro, uma espécie arbustiva ou arbórea de pequeno porte conhecida pelos seus frutos vermelhos que nesta altura do ano são comuns um pouco por todo o país. 

O medronheiro é uma árvore que cresce bem em solos marginais, com uma vincada tolerância ao stresse hídrico e que regenera bem após incêndios florestais. Estas características fazem dela um importante componente dos ecossistemas, em particular na região centro do país e no Algarve. Dos seus frutos obtém-se uma aguardente aromática muito apreciada e o pólen é utilizado para a produção de um mel de excelente qualidade.

Os frutos vermelhos, ricos em antioxidantes, podem também ser consumidos frescos ou processados para a produção de compotas. Apesar deste potencial o medronheiro é ainda uma espécie pouco explorada, talvez em virtude dos produtores não encontrarem no mercado material vegetal de qualidade. 

Nos últimos anos, a Universidade de Coimbra, através do Centro de Ecologia Funcional e da Associação UC InProPlant tem desenvolvido uma intensa actividade de investigação com o objectivo de tornar o medronheiro uma espécie mais interessante em termos de produção. Os ensaios efectuados permitiram desenvolver métodos de clonagem eficazes com o propósito de fornecer aos agricultores material propagado não a partir de semente, como é prática comum, mas a partir de árvores selecionadas, com uma maior garantia de produção e de fitossanidade. Para além disso, tem sido preocupação deste grupo de investigação desenvolver plantas de medronheiro com novas características, melhor adaptadas a ambientes particulares.

Com este objectivo têm sido realizados cruzamentos entre árvores selecionadas estando os produtos desses cruzamentos em fase de avaliação. Os testes laboratoriais permitiram também a obtenção das primeiras plantas tetraplóides de medronheiro embora o procedimento experimental necessite ainda de ser optimizado.

Mais recentemente, as estruturas secretoras das folhas e caule do medronheiro foram caracterizadas tendo sido verificado que produzem um composto que combate os pequenos insectos que atacam as partes jovens e em crescimento activo desta espécie. Em colaboração com a Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra estão em curso ensaios com vista à identificação de metabolitos secundários de interesse. 

No âmbito destas actividades de investigação, financiadas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, pelo programa PRODER e pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, tem havido uma estreita colaboração com outras instituições de investigação, designadamente a Escola Superior Agrária de Castelo Branco, a Escola Superior Agrária de Coimbra o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, a Associação de Defesa do Património de Mértola e diversos produtores de medronho. Espera-se que estas sinergias, e outras que venham a ser estabelecidas, possam tornar a fileira do medronho um importante componente do sector agro-florestal.

in:noticiasdonordeste.pt

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