O município de Vila Flor assinou um protocolo com a Direcção Regional de Cultura do Norte para a reabilitação de património cultural.
O montante de 200 mil euros implicado no acordo vai ser utilizado para recuperar o Museu Berta Cabral e para investir no Núcleo Interpretativo do Cabeço da Mina, em Assares.
Esta será a primeira tranche do financiamento da EDP, destinada ao património cultural do concelho, no âmbito das medidas de compensação da construção da barragem de Foz Tua.
O projecto de valorização do património cultural do Vale do Tua inclui os 5 municípios abrangidos pelo empreendimento hidroeléctrico (Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor) e já começou a ser posto em prática há um ano. No entanto, em Vila Flor o processo atrasou-se, por falta de entendimento com a família detentora dos terrenos onde se encontram os achados arqueológicos do cabeço da mina, como explica o autarca, Fernando Barros:
“A Direcção Geral de Cultura não conseguiu fisicamente executar o cronograma financeiro que entretanto recebeu, que a EDP lhe pagou. Fez connosco um protocolo para assegurar exatamente que esse dinheiro que já recebeu, e que neste caso foram mil euros ficassem à guarda do Município de Vila Flor que vão ser aplicados no núcleo museológico de Assares e também no museu Berta Cabral em Vila Flor”, explica o autarca.
O Cabeço da Mina foi classificado como sítio de interesse público em 2014. Considerados importantes achados da pré-história portuguesa, julga tratar-se de um santuário pré-histórico, datável do Calcolítico, a Idade inicial do Bronze, entre 2000 a 1800 antes de Cristo. Sendo objectivo do município expô-los no centro interpretativo já concluído.
“O Cabeço da Mina é uma zona arqueológica classificada de interesse público. Foram feitas escavações e encontradas peles de valor arqueológico. Aquilo é uma zona de período calcolítico , de grande interesse arqueológico e entretanto, construímos um edifício em Assares que há de ser um núcleo interpretativo do cabeço da mina para expor esses achados arqueológicos. Esse era o nosso objetivo , esse edifico já esta construído há cerca de 15 anos ou 18 anos”, acrescenta Fernando Barros.
No caso do Museu Berta Cabral, a única unidade museológica de Vila Flor, a necessidade de obras de valorização é premente segundo o autarca: “É um museu que carece de obras, que carece de intervenção, e que precisa também de um estudo, de uma orientação , de uma avaliação. Será interessante com o saber e o conhecimento da Direcção Geral de Cultura fazer essa intervenção no museu. Esta poderá ser uma pequena ajuda para o museu e é importante fazê-lo porque está mesmo a precisar.
Com um espólio riquíssimo que precisa de ter alguma harmonia, alguma triagem e também ,o que me preocupa muito, é a sua preservação e a sua conservação”, salienta.
Escrito por Brigantia
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