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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 2 de março de 2020

Vinhais deixa-se invadir por “Mil Diabos À Solta”

Um dos mais afamados rituais que dita o final das festas de inverno no nordeste transmontano pôs Vinhais a anoitecer em tons de vermelho, no sábado.

O “Mil Diabos à Solta” é uma recriação inspirada no que acontecia, noutros tempos, na quarta-feira de cinzas e, apesar do nome, foram bem mais de mil os que quiseram vestir a pele ao diabo e desfilar, pela vila, em procissão, para no fim ver arder a morte. Os jovens vinhaenses asseguram que fazem questão de participar para garantir que a tradição não se perde. “Se não forem os mais jovens a pegar nas tradições dos mais idosos, faz com as tradições desta vila, que é pequenina e do interior, desapareçam”, disse Diogo Rodrigues, a participar pela terceira vez. “Mostra a qualidade daquilo que somos capazes de fazer, as pessoas que somos capazes de juntar e mostra-se, realmente, que são vilas que não estão perdidas nem abandonadas e que há muita tradição por de trás disto”, explicou Xavier Pires. “É uma tradição que traz muita gente a Vinhais, o que é bom porque há muitas pessoas que não conhecem esta vila que é fantástica. É uma festa muito bonita a vir e a participar”, sublinhou Leonardo Queijo.
O ritual tem por base uma procissão, em que se acompanha a morte até à Pedra, local onde as raparigas, que são capturadas ao longo do percursos, são julgadas e purificadas. A procissão foi, este ano, ainda mais cheia de várias recriações teatrais, de forma a explicar o significado dos Diabos e da Morte de Vinhais. Luís Fernandes, presidente da câmara, afirma que os mil diabos têm atraído cada vez mais curiosos e por isso se tem apostado mais na recriação. “Cada vez, ano após ano, há mais gente, pessoas que vêm de vários pontos do país e até de Espanha. Pretendemos a cada ano melhorar e inovar para atrair cada vez mais gente. Pensamos que é importante para o concelho porque as pessoas até já vêm no dia anterior e ficam durante o fim-de-semana. É uma mais valia para atrair turistas para o nosso concelho”.

O cerimonial terminou com a queima da morte. A tradição é cumprida com o adágio popular que dita que quem para a morte olhar, por mais um ano a irá afastar.



Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

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