Em resolução do Conselho de Ministros pode ler-se que os estabelecimentos não podem abrir antes das 10h, “com exceção para salões de cabeleireiro, barbeiros, institutos de beleza, restaurantes e similares, cafetarias, casas de chá e afins, escolas de condução e centros de inspeção técnica de veículos, bem como ginásios e academias.”
Uma obrigatoriedade que Zezinha Rodrigues, comerciante em Macedo de Cavaleiros, não aprova porque diz ser prejudicial para o negócio e considera que em nada contribui para a prevenção da pandemia:
“Não concordo e não entendo a diferença de abrir às 9h ou às 10h, até porque os clientes que vêm das aldeias estão aqui cedo. Eu atendo mais clientes entre as 9h e as 10h. Claro que vamos perder clientela.
Acho que esta medida, em termos de prevenir a pandemia, não tem sentido algum, até porque acho que o vírus não anda só a essa hora.”
Fica ainda estabelecido que “os estabelecimentos encerram entre as 20h00 e as 23h00, podendo o horário de encerramento, dentro deste intervalo, bem como o horário de abertura, ser fixado pelo presidente da câmara municipal territorialmente competente mediante parecer favorável da autoridade local de saúde e das forças de segurança.”
O Município de Macedo de Cavaleiros autorizou os espaços comerciais do concelho a encerrar portas até às 23h00, com exceção para os restaurantes que poderão funcionar até às 00h00 com tolerância até à 01h00.
Uma situação que trará uma quebra na faturação a Rui Pacheco, proprietário de um café em Macedo de Cavaleiros:
“Acho que os cafés vão ser os mais afetados no meio disto tudo porque, por exemplo, nós aqui tínhamos noites temáticas, em que utilizávamos todas as medidas de precaução e de prevenção, e já não as vamos poder fazer.
A questão das festinhas que fazíamos com os finalistas também já não vão poder acontecer.
No entanto, são 15 dias, vamos aguentar mais este tempo, mas é óbvio que a faturação vai baixar de 50% a 60%.”
Quanto ao consumo de álcool, é proibido a partir das 20h em esplanadas, com exceção prevista caso o cliente pretenda um serviço de refeição. Por este motivo, Rui Pacheco, decidiu retirar a esplanada do seu estabelecimento:
“Optamos por tirar a esplanada também devido aos miúdos, visto que nós aqui temos um público muito jovem, começa também o período de aulas, e acho que a esplanada, apesar de estar ao ar livre, poderia servir também um pouco para a propagação do vírus.
No fundo, o que pretendemos é que não haja muitos ajuntamentos e todos temos de colaborar para a não propagação do vírus.”
É ainda proibida a venda de bebidas alcoólicas em áreas de serviço ou em postos de abastecimento de combustíveis e, a partir das 20h00, nos estabelecimentos de comércio a retalho, bem como supermercados e hipermercados.
Humberto Trovisco, gerente de um posto de abastecimento na zona industrial de Macedo de Cavaleiros, não nega que esta situação causará prejuízo no negócio:
“Prejudica bastante porque o posto de abastecimento está na zona industrial e os trabalhadores, ao fim da tarde, vinham sempre beber uma cerveja.
A partir da entrada do Estado de Contingência os clientes desapareceram e é um prejuízo bastante grande para o posto.
No entanto, acho que a medida, em termos de saúde, é útil, e embora haja prejuízo no negócio, o que interessa é que a saúde das pessoas esteja protegida.
Chato é os postos estarem proibidos de vender bebidas alcoólicas e nos cafés ser permitido, regra essa que não entendo.”
Quanto aos restaurantes, cafés e pastelarias que se situam a 300 metros das escolas vão ficar limitados ao máximo de quatro pessoas por grupo.
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