sábado, 12 de setembro de 2020

DOIS MAESTROS. DUAS CURIOSIDADES

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

 
— Ó Melo, diz lá boa noite aos senhores.
Melo: — Boa noute!
Comecemos por Frederico de Freitas, cofundador da célebre Companhia Portuguesa de Bailado: “ Verde Gaio”.
Residia, eu, nos anos sessenta, na bonita cidade de Bragança, quando tive o privilégio de assistir a excelente exibição da famosa Companhia. Foi uma noite inesquecível! …
Agora, uma curiosidade: Por certo o leitor não sabe, que o nosso Maestro, compôs “O Timpanas”, num simples bilhete de elétrico! …; que foi utilizado no popular filme: “As Lavadeiras de Caneças”.
E também desconhece – penso eu, – que apesar de ser dos maiores maestros portugueses, ao aposentar-se, em 1975, recebeu modestíssima reforma; e ao falecer, a viúva não teve direito a qualquer pensão! … - E já vivíamos em democracia! …
Portugal, sempre foi avaro para os seus artistas. Aliás, para quase todos os cidadãos…
Falemos, agora, de António de Melo (António Luís de Melo,) casado com D. Marta de Melo.
Os leitores, da minha idade, conheceram, por certo, a rubrica da RTP: “O Museu do Cinema”, apresentado pelo cineasta António Lopes Ribeiro (excelente comunicador, e notável intelectual,) acompanhado, ao piano, pelo Maestro António de Melo; mas, desconhecem, certamente, a razão, porque este – que se mantinha sempre calado, – despedia-se com audível: “boa noute”, ajeitando, cuidadosamente, o nó da gravata.
O gesto, era sinal, pré-combinado, para comunicar, à mulher, que estava a pensar nela…
São pormenores, que parecem não ter interesse – e realmente não tem, – mas são curiosidades, desconhecidas do grande público; curiosidades interesses, que merecem ser recordadas, e registadas.
Por hoje é tudo.

Humberto Pinho da Silva
, nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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