A chegada de emigrantes e a época de férias fazem abanar o comércio e há até quem diga que é a melhor altura do ano para o negócio. Certo é que 2020 tem sido um ano atípico, e desde que a pandemia de Covid-19 chegou ao país, o abalo em vários setores tem sido notório.
Por Macedo de Cavaleiros, saímos à rua para perceber o impacto que o novo coronavírus tem tido no comércio local.
Natália Dias, proprietária de um restaurante, diz que os meses de verão foram muito complicados comparativamente a anos anteriores:
“Correu muito mal mas temos de aguentar o barco. Na altura do confinamento estava tudo fechado, eu consegui manter o meu espaço aberto e como as pessoas não tinham outra hipótese, fomos vendendo almoços para fora.
Na altura do verão vendíamos uns cinco leitões por semana e este ano nem sequer um vendemos.”
Quanto ao setor de estética e beleza, Cátia Dias tem um salão de cabeleireira e confessa que não notou grandes alterações a nível de agenda:
“Em termos de gente penso que foi mais ou menos igual aos outros anos, ressalvando que não houve casamentos, festas e batizados. As pessoas, na época de verão, aproveitando para arranjar o cabelo porque nesta altura precisa de outro tipo de tratamentos.
Estou muito feliz porque ainda não senti quebra. Aliás, fui de férias, voltei e tive uma agenda de quase mês de agosto. Tenho noção que vai acontecer, basta que venha o frio e a chuva.
As pessoas cumprem todos os cuidados de higiene, caso contrário nem entram.”
Carla Borges vende sapatos e bijuteria e não nega que notou uma quebra no negócio, especialmente devido à vinda de menos emigrantes:
“Comparado com os últimos anos tivemos alguma quebra, especialmente porque não tivemos a vinda dos nossos emigrantes.
Penso que se em dezembro os emigrantes vierem, isso vai ajudar muito. Até lá, é um dia de cada vez.
Acho que as pessoas já não têm receio de vir às lojas, cumprem os cuidados e têm sempre muita atenção na desinfeção das mãos.”
No que toca à venda de roupa, Manuela Almeida, dona de uma loja, confessa que as vendas online tiveram um aumento bastante significativo:
“Houve uma quebra bastante significativa mas aumentaram as vendas online. Houve menos emigrantes e isso também contribuiu. Para o comércio sobreviver, apostamos forte no online.
Estou receosa para o inverno mas com a chegada da nova coleção, tem vindo mais gente à loja. Se fizermos um balanço entre o mês de setembro deste ano e o do ano passado, sou honesta, não houve grande diferença.”
O retrato da economia local com o testemunho de alguns dos empresários da cidade macedense.
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