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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Julgamento de Giovani suspende obra para eventual reconstituição

 O tribunal de Bragança aceitou hoje um requerimento da defesa de um dos acusados do homicídio do estudante cabo-verdiano Giovani Rodrigues que vai suspender parte de uma obra para uma eventual reconstituição dos factos.
O local em causa é a travessa dos Negrilhos, também conhecida como “escadas da Autocarta”, onde a vítima terá sofrido uma queda que a defesa dos acusados argumentam poder ter originado a morte do estudante, em vez das alegadas agressões na rixa em que se envolveram, na madrugada de 21 de dezembro de 2019, o grupo de Giovani e outro grupo de Bragança.

As escadas estão incluídas na empreitada de reabilitação urbana que a Câmara de Bragança está a realizar na avenida Sá Carneiro e já começaram a ser intervencionadas, o que levou ao requerimento para suspender a obra.

A iniciativa foi do advogado Ricardo Vara Cavaleiro, que, explicou aos jornalistas, ao passar recentemente no local verificou que “as obras fizeram com que fosse removido o corrimão central daquelas escadas, assim como na parte da avenida Sá Carneiro foram já removidos também parte dos degraus”.

Como consta do processo, Gionavi terá caído precisamente nessas escadas e o advogado argumenta que é necessário manter o local “o mais fiel possível” à data dos factos para uma eventual reconstituição do que ali aconteceu para produção de prova durante o julgamento, que tem hoje a segunda sessão em Bragança.

O coletivo de juízes ainda não decidiu se irá haver ou não reconstituição no local, mas aceitou o requerimento para que o corrimão que já foi retirado, e onde Giovani terá batido com a cabeça, permaneça nos estaleiros da empresa, e que os degraus sejam também preservados “para não haver esta adulteração e ser possível a realização desta diligência”.

Em maio de 2020, durante a fase de inquérito, já houve uma reconstituição do que terá acontecido naquela madruga, mas o advogado entende que “foi só parcial, circunscreveu-se apenas à fase inicial”, àquilo que terá acontecido noutras zonas e não neste sítio das escadas.

O julgamento encontra-se na segunda sessão e o coletivo de juízes está ainda a ouvir os sete arguidos que já manifestaram todos vontade de falar.

No banco dos réus estão sete homens de Bragança, com idades entre os 22 e os 45 anos que respondem, cada um, pelo crime de homicídio qualificado consumado relativamente à vítima Giovani Rodrigues, e pelo crime de ofensas à integridade física qualificadas no que se refere a outros três cabo-verdianos do grupo.

Dos arguidos, três encontram-se em prisão preventiva e quatro em prisão domiciliária.

Os factos remontam à madrugada de 21 de dezembro de 2019 quando o grupo de quatro cabo-verdianos se se terá envolvido numa desavença com jovens de outro grupo residentes em Bragança.

A escaramuça no bar ficou sanada, mas terá sido iniciado um segundo episódio já na rua, a alguns metros, instigado pelos jovens cabo-verdianos, segundo a acusação.

As agressões mútuas terão ocorrido durante este segundo episódio, em que é relatado “um pau” ou “uma moca” que terá sido usada na contenda.

A acusação refere que os três amigos conseguiram fugir e que Giovani, de 21 anos, foi agredido por vários elementos do outro grupo até ser resgatado pelo amigos e fugirem os quatro, passando pelas escadas onde o jovem terá caído.

Giovani, que tinha chegado à região há pouco mais de um mês para estudar no Instituto Politécnico, foi encontrado sozinho caído na rua e levado para o hospital de Bragança, tendo sido transferido para um hospital do Porto, onde morreu dez dias depois.

Segundo consta do processo judicial, o jovem apresentava uma taxa de alcoolemia de 1,59 gramas por litro de sangue.

A autópsia, citada no tribunal, não é conclusiva, na medida em que indica que a causa da morte pode ter sido homicida ou acidental.

Foto: AP

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