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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 2 de abril de 2021

ONDE SE FALA DE LIVROS E SEXO

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Diz Cervantes, que D. Quixote: “ Do pouco dormir e de muito ler se secou o cérebro, de maneira que chegou a perder o juízo.”
Ler muito, nunca foi nefasto, pelo contrário, desde que se saiba escolher na “floresta” do livreiro, as obras que não sejam prejudiciais, para a boa formação moral de cada um.
Já dizia Ramalho, “ Em Paris”: “ Estou cercado (de) livros publicados em Paris durante o corrente ano, e não encontro um só (…) que satisfaça aquele singelo preceito de moral que consiste em permitir uma mãe que o leia sua filha.”
Recordo que conversando com Dona Emília Eça de Queirós – neta do romancista, – confidenciou-me como a mana fora surpreendida pela sogra, quando a encontrou enfiada na biblioteca da casa, lendo obras do pai.
Indignada, virando-se asperamente para a nora, ralhou-lhe deste modo:
- “ Menina decente não deve ler livros desses! …” – Exclamou escandalizada a velha fidalga.
As obras de Eça, não eram indicadas para a jovem casada, segundo o parecer da ilustre Senhora; o que dizer do estendal, que agora os livreiros ostentam nos escaparates das nossas livrarias?
Há o propósito de muitos autores, serem tão realistas, que parece não serem capazes de descrever cena vulgar, sem a chafurdar em lama asquerosa e conspurcada.
 A propósito de “realismo” Teófilo Gautier disse a sua filha – a que casou com Catulo Mendès, – antes de morrer, para não ler o livro que tinha escrito, na juventude: “ Mademoiselle de Maupin”, que Eça conhecia, porque o cita no: “O Mandarim”.
Tenho carta de escritora, que diz: seu último romance foi-lhe devolvido pelo editor com a indicação de o “apimentar”, para fácil venda.
Cabe ao educador a difícil tarefa de orientar a leitura, os canais de TV e a Internet. Missão quase impossível, porque os jovens e as crianças têm acesso fácil, e a curiosidade e impulsos naturais, leva-os a procurar o proibido.
Como a autoridade, em nome da liberdade, não quer, nem pode controlar a mass-media, as nossas crianças correm perigo iminente, que só o freio da religião, e o cuidado dos progenitores, as podem livrar.
O desregramento moral, avança, quer publicando-se livros reprováveis, quer transmitindo, até no horário nobre, novelas e imagens lascivas e corruptíveis, quiçá no malévolo intento de corromper e degradar a sociedade, levando-a a praticas asquerosas e relaxações.

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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