Antes da pandemia havia quatro funcionárias para o refeitório e bar, mas uma entrou para a reforma e outra foi despedida. Assim, ficaram apenas duas pessoas para fazer as refeições e tratar de toda a logística. Edite Gomes trabalhava no bar há 30 anos, mas como fechou devido à pandemia, foi obrigada a ir para a cozinha. Disse chegar a ficar sozinha a servir dezenas de refeições.
“Só estamos as duas a trabalhar e a dona Margarida sai para reuniões e u fico sozinha, não tenho prática nenhuma de cozinha, tenho que ficar a cozinhar sozinha, a lavar a louça, atender os meninos, por causa do covid temos que fazer várias coisas que antigamente não se faziam e eu não consigo fazer tudo sozinha”, disse.
A situação arrasta-se desde Agosto, quando ficaram apenas as duas funcionárias para confeccionar as mais de 60 refeições por dia. Outra das trabalhadoras é Margarida Afonso, também dirigente de Bragança do Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria, que se queixa da sobrecarga de trabalho.
“Há falta de pessoal. Estamos as duas a fazer desde a recepção das encomendas, às encomendas, estamos a fazer do escritório à loiça e com um espaço enorme para desinfectar, para fazer a sua higienização. Isto não há condições. Nós não temos quase hora para comer”, frisou.
Solidária com a luta destas trabalhadoras está a representante do PCP em Bragança. Fátima Bento continua a criticar a privatização dos serviços e disse levar o assunto à Assembleia da República.
“Não têm em conta as condições de trabalho dos trabalhadores e nem se preocupam que a falta destes trabalhadores prejudica o serviço, interessa-lhes é o lucro que têm ao fim do mês e estão sempre à espera que elas se sujeitem e façam esse trabalho por quatro. É nesse sentido que o Partido Comunista apresentará uma pergunta na Assembleia da República porque não se justifica. Houve de facto trabalhadoras que se reformaram, mas também houve uma que foi despedida, num contexto em que era precisa”, referiu.
Em Bragança, os empresários do ramo da hotelaria e restauração queixam-se da falta de mão-de-obra. A carga horária pode ser um dos motivos, mas também os baixos ordenados, salientou. Margaria Afonso, dirigente de Bragança do Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria.
A Rádio Brigantia contactou a Eurest Portugal, que disse não querer comentar a situação e referiu apenas que a greve é um direito.
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