Segundo os dados dos Censos Sénior da GNR, 2021 foi o segundo ano em que mais idosos foram identificados nesta situação, a seguir a 2018.
Fomos ouvir o testemunho de idosos que admitem algumas preocupações com esta situação.
É o caso de Luísa da Conceição, de 87 anos que mora sozinha há 9. A casa é afastada da aldeia e por isso em algumas alturas do ano fica em casa de um dos filhos emigrado na Suíça, já que é no meio da aldeia.
“Tenho algum receio, porque a minha casa é afastada da aldeia, agora até tenho estado aqui na casa do meu filho. Sempre há gente a passar, sempre há carros e é a aldeia, agora lá em cima estou sozinha, no meio de castanheiros”, conta.
Com o despovoamento nos meios rurais os idosos ficam mais descansados e informados com a visita da GNR. Luísa conta mesmo que a passagem de militares da Guarda já a salvou de uma situação complicada.
“Andava a tomar uns comprimidos que me faziam mal e caía em qualquer lado, desmaiava. A GNR veio e a minha sorte é que deixei a porta aberta. Chamaram e como sentiram que respirava assim aflita ela entrou. Foi a minha sorte, chamaram logo a ambulância. Foram eles que me salvaram”, afirma.
Orlando Graça, de 75 anos, também entra para esta estatística já que mora sozinho numa aldeia do concelho de Bragança há quase 8 anos. “Tenho medo de fechar a porta e ficar lá sem ninguém saber de mim, de não ser capaz de me levantar ou de cair para a fogueira”, admite.
O idoso reconhece que as visitas da GNR podem ser uma ajuda.
“Ainda passaram aqui um dia destes, muito boas pessoas, perguntaram como estava. Se acontecer alguma coisa e passarem por aqui ao mesmo tempo, podem ajudar logo”, afirma, recordando também alguns dos conselhos que lhe deixaram: “se vier um carro e não conhecer as pessoas dizem para ligar para a GNR e que não abrisse a porta a ninguém se não souber quem é”.
No distrito de Bragança, foram este ano identificados 3343 idosos que moram sozinhos ou isolados, mais 58 em relação ao ano passado.
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