Por: Manuel Amaro Mendonça
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
Dormia calmamente quando senti o toque fresco da tua mão no meu rosto em total contraste com o calor que fazia no quarto.
Abri os olhos e vi-te de pé, frente a mim, sorrindo como só tu sabes sorrir. Teu cabelo solto criava uma aura na contraluz da luminosidade que se escoava pela janela atrás de ti.
Tocaste com o indicador nos meus lábios para impor silêncio. Fechei os olhos por segundos e quando os abri novamente tinhas desaparecido.
As cortinas da porta do terraço acenavam-me languidamente, ao sabor da brisa noturna.
Ergui-me e caminhei para a porta. A frescura da noite chegou ao meu corpo despido e envolveu-me lentamente.
E ali estavas de novo, de pé no meio do terraço, qual Eva renascida trazendo contigo o Pecado Original.
Sentaste-te e deitaste-te graciosamente enquanto eu me aproximava, de corpo tenso, ereto, em homenagem à tua beleza.
Ajoelhei junto ao Altar do teu corpo, sacerdote de uma qualquer religião esquecida adoradora de Vénus. Extasiado e reverente, perante tão radiosa aparição.
O veludo negro do céu e os diamantes que o ponteavam, eram as únicas testemunhas de tão irreal acontecimento, de tão imortal encontro.
Os Deuses, algures no Olimpo, congeminaram esta nossa união que tem tanto de sagrado como de herético. Divertem-se durante vidas inteiras aproximando-nos e afastando-nos a seu bel-prazer mas esta noite deram-nos tréguas.
Os meus lábios tocaram os teus e repousei o meu corpo suavemente sobre o teu. Fomos um abraço sem tempo, uma união única de corpos e mentes de sintonia total como só acontece uma vez em cada milhão de anos.
Vibramos silenciosamente, rodando, penetrando e sugando loucamente por uma eternidade. Explorei cada ponto da tua geografia, vagueei pelas tuas colinas, acariciei cada contorno das tuas planícies, deixei-me perder no teu mato aveludado e doce, convidativo e húmido.
O tempo deixou de existir e o cenário noturno esbateu-se lentamente até toda a realidade se projetar numa explosão de cores e sentidos desordenados, terminada numa lassidão cheia de doçura e saciedade.
Quando tornei a abrir os olhos, os primeiros laivos da madrugada rompiam sobre os telhados das casas e eu estava deitado no terraço, frio e sozinho.
Foi um sonho?
Eu acho que não.
Abri os olhos e vi-te de pé, frente a mim, sorrindo como só tu sabes sorrir. Teu cabelo solto criava uma aura na contraluz da luminosidade que se escoava pela janela atrás de ti.
Tocaste com o indicador nos meus lábios para impor silêncio. Fechei os olhos por segundos e quando os abri novamente tinhas desaparecido.
As cortinas da porta do terraço acenavam-me languidamente, ao sabor da brisa noturna.
Ergui-me e caminhei para a porta. A frescura da noite chegou ao meu corpo despido e envolveu-me lentamente.
E ali estavas de novo, de pé no meio do terraço, qual Eva renascida trazendo contigo o Pecado Original.
Sentaste-te e deitaste-te graciosamente enquanto eu me aproximava, de corpo tenso, ereto, em homenagem à tua beleza.
Ajoelhei junto ao Altar do teu corpo, sacerdote de uma qualquer religião esquecida adoradora de Vénus. Extasiado e reverente, perante tão radiosa aparição.
O veludo negro do céu e os diamantes que o ponteavam, eram as únicas testemunhas de tão irreal acontecimento, de tão imortal encontro.
Os Deuses, algures no Olimpo, congeminaram esta nossa união que tem tanto de sagrado como de herético. Divertem-se durante vidas inteiras aproximando-nos e afastando-nos a seu bel-prazer mas esta noite deram-nos tréguas.
Os meus lábios tocaram os teus e repousei o meu corpo suavemente sobre o teu. Fomos um abraço sem tempo, uma união única de corpos e mentes de sintonia total como só acontece uma vez em cada milhão de anos.
Vibramos silenciosamente, rodando, penetrando e sugando loucamente por uma eternidade. Explorei cada ponto da tua geografia, vagueei pelas tuas colinas, acariciei cada contorno das tuas planícies, deixei-me perder no teu mato aveludado e doce, convidativo e húmido.
O tempo deixou de existir e o cenário noturno esbateu-se lentamente até toda a realidade se projetar numa explosão de cores e sentidos desordenados, terminada numa lassidão cheia de doçura e saciedade.
Quando tornei a abrir os olhos, os primeiros laivos da madrugada rompiam sobre os telhados das casas e eu estava deitado no terraço, frio e sozinho.
Foi um sonho?
Eu acho que não.
Manuel Amaro Mendonça nasceu em Janeiro de 1965, na cidade de São Mamede de Infesta, concelho de Matosinhos, a "Terra de Horizonte e Mar".
É autor dos livros "Terras de Xisto e Outras Histórias" (Agosto 2015), "Lágrimas no Rio" (Abril 2016), "Daqueles Além Marão" (Abril 2017) e "Entre o Preto e o Branco" (2020), todos editados pela CreateSpace e distribuídos pela Amazon.
Foi reconhecido em quatro concursos de escrita e os seus textos já foram selecionados para duas dezenas de antologias de contos, de diversas editoras.
Outros trabalhos estão em projeto e sairão em breve. Siga as últimas novidades AQUI.
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