Os produtores de amêndoa de Trás-os-Montes e Alto Douro estão a perder cada vez mais rendimento e como se isso não bastasse, também não conseguem obter a certificação biológica do produto devido a exigências que dizem ser demasiado rigorosas e com isso não conseguem a valorização do produto, admitindo ter de abandonar a atividade. O alerta é do presidente do Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos que reivindica ao Governo a revisão da legislação.
Em Trás-os-Montes, cerca de 90 por cento do amendoal é tradicional e sobretudo de sequeiro com um nível produtivo muito baixo, comparativamente ao amendoal de regadio.
Com a constante redução do preço da amêndoa no mercado, a penalização é ainda mais acentuada, pelo que a solução para valorizar o produto passa pela certificação biológica.
O problema é que essa certificação é extremamente difícil de obter em Portugal. “Por questões aparentemente naturais, e não por culpa dos produtores, aparece uma substância, que se chama ácido fosfónico, que tem levado a que a certificação dessas amêndoas, onde a substância aparece, seja em níveis baixos ou um pouco mais altos, não seja possível em Portugal, enquanto em Espanha, Itália e outros países, com esses valores, já certificam, o que está a colocar o país numa concorrência desleal para com outros da Europa”, afirma Albino Bento.
Fernando Pires
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