“Estas intervenções têm em vista o restauro ecológico das margens do rio Sabor numa área que abrange as freguesias de Meirinhos, Paradela, Brunhoso e a União de Freguesias de Remondes e Soutelo numa área de mais de 30 hectares de terreno para evitar a degradação dos solos onde serão investidos 429 mil euros, só do lado da autarquia”, explicou à Lusa o presidente da Câmara de Mogadouro, António Pimentel.
O autarca do distrito de Bragança entende também que, “além de todos os benefícios ambientais e científicos que serão alcançados com a realização do projeto ‘ForestWaterUp -Lagos dos Sabor’, as intervenções programadas terão como efeito paralelo o aumento da qualidade da água do rio Sabor junto às zonas de atuação e a melhoria paisagística de toda a área envolvente”.
“Trata-se de um projeto que nos permite salvaguardar a qualidade da água do rio Sabor nesta área de intervenção. O município de Mogadouro tem a intenção de construir dois ‘eco-resorts’ e pretendemos que ambos os empreendimentos turísticos tenham um componente balnear onde a qualidade da água é importante ”, vincou António Pimentel.
O projeto ‘ForestWaterUp -Lagos dos Sabor' resulta de uma parceria entre o município de Mogadouro e o Instituto Politécnico de Bragança (IPB).
O autarca de Mogadouro disse ainda que este projeto está dividido em duas componentes: uma ligada à investigação a cargo IPB e outra ligada ao município que passa por intervenções de consolidação das margens do Sabor.
“Esta intervenção vai ajudar na contenção dos materiais e matéria orgânica que escorrem para o rio [Sabor], e ao mesmo tempo na construção de ilhas flutuantes que vão ajudar a melhorar a qualidade da água do rio”, enfatizou.
Em 22 de novembro de 2022, data da apresentação desta iniciativa, o investigador do IPB Tomás de Figueiredo adiantava que o projeto vai aplicar metodologias no terreno que permitam “acelerar” a recuperação e restauro de ecossistemas situados nas encostas e que vertem para o rio Sabor.
“Nas encostas que marginam com a albufeira da barragem do Baixo Sabor e que estão em risco de incêndios há ecossistemas mediterrânicos valiosos, e que estão identificados, em torno dos quais há toda uma atividade económica e agrícola associada às margens do rio”, vincava o especialista.
De acordo com o investigador, o restauro ecológico dos solos será alcançado através de operações de reflorestação que vão favorecer a fixação de carbono e de nutrientes no solo, impedindo a sua sedimentação para a albufeira dos Lagos do Sabor.
“Será ainda garantida uma extensa monitorização de todas as intervenções do projeto, o que permitirá testar o seu contributo para o combate à desertificação e para a resiliência dos ecossistemas à seca”, concluiu o investigador.
O prazo de execução do contrato é de 150 dias a partir da data da sua adjudicação.
Sem comentários:
Enviar um comentário