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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 7 de junho de 2024

Como se Comemorava o Dia de Portugal nas Escolas Primárias nos Anos 60

 
O 10 de Junho, Dia de Portugal e só, era o culminar das atividades que não tinham nome na altura (era a festa da Escola) mas que agora se chamam área de projeto. Já existia, só que não tinha nome. Hoje em dia não faltam chavões e na maioria das vezes os resultados são nulos ou irrisórios. Mesmo que surjam resultados os projetos não continuam para não se criarem vínculos com os profissionais que provaram saber ao que iam... Perdem, como sempre, os alunos que serão os futuros homens ao leme, ou aos remos, do barco Português..

Posto este pequeno intróito:

As assistências eram sempre ilustres. Para além dos Professores, apareciam sempre alguns representantes da sociedade civil, como era o representante da Mocidade Portuguesa. Mas quem se destacava mesmo era o Diretor Escolar que colocava todos “em sentido”. - Portem-se bem que hoje está cá o Sr. Diretor Escolar…
O cenário das representações, na Escola das Beatas, era numa das salas de aula, por norma na da quarta classe do Professor Moreira. Não havia teatros municipais nem espaços semelhantes e o elenco era a prata da casa.
O cenário de fundo era sempre o quadro negro com colegas a ladeá-lo impecavelmente vestidos com as fardas da mocidade portuguesa e com as bandeiras alusivas ao regime, desfraldadas.
Numa dessas comemorações, uma das minhas intervenções era contar uma visita ao veterinário com o meu gato.
Não me lembra se tinha gato, mas sei que levei para a representação um gato de uma das minhas estagiárias que me tinha perfilhado e que, curiosamente, é membro do Nosso Grupo. Era costume na altura as estagiárias perfilharem os alunos. O raio do gato não estava muito colaborante mas com o caminhar da peça lá se foi acalmando com as festinhas que lhe ia fazendo e deixou de me "arrebunhar".
Lembra-me perfeitamente do texto passados tantos anos.

Na foto e à minha esquerda está o Folgado, com a farda da mocidade portuguesa, à direita o Victor e esta metade de rosto à direita da foto, era do Diretor Escolar do qual não me lembra o nome.

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ERA ASSIM A ESTÓRIA:

- Boa tarde meus senhores.
Eu estou bem muito obrigado,
Apenas preocupado por causa do pobre gato.
Coitadinho do bichano, coitadinho do maltês,
Calculem que há mais de um mês que ele não apanha um rato.
Outra noite aiii que martírio, o pobre do meu gatinho miou tanto coitadinho, nem deixou dormir a gente.
O papá que tem mau génio, atirou-lhe c´um sapato. Diz a mamã, deixa o gato talvez lhe doa algum dente.
Eu fiquei a matutar (aqui surgiu a dúvida nos ensaios se eu deveria dizer, pensando nisso ou, a matutar. Nunca chegámos a nenhuma conclusão e já não me lembra da palavra que utilizei na atuação mas penso que foi "a matutar")... se tal doença afinal seria queixal furado ou o dentinho do siso.
Não disse nada a ninguém, peguei no pobre gatinho e fui logo direitinho o dentista procurar.
O dentista não estava, tinha saído para fora e como havia demora não quis saber de mais nada.
É verdade, entre os senhores não haverá algum dentista?
(nesta altura pedia-se a intervenção do público e o público respondia nãoooo).
Ai não? Então obrigado e até á vista.

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E…assim com uma simpática e obrigatória salva de palmas, acabava a atuação.

VIVA PORTUGAL!

HM

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