Na quinta das Charas, estão a ser resgatadas zonas não produtivas, convertendo a mancha florestal de eucalipto num povoamento misto de sobreiro e carvalho negral. Rui Gonçalves, presidente da Florestgal, explica que em 70 hectares da propriedade já estão a ser arrancados os eucaliptos, pouco produtivos na região, e as 60 mil árvores a ser plantadas: os sobreiros agora e os carvalhos na Primavera. "O nosso objectivo é retirar os eucaliptos, que não têm produtividade e não estão adaptados a este território, e fazer uma plantação mista de sobreiro e carvalho-negral. A nossa expectativa é que no próximo ano, lá para Março/Abril, este projecto esteja concluído e que, depois, tenhamos aqui um novo povoamento florestal, que dure décadas e, se for possível, para a perpetuidade".
O projecto de reconversão foi apoiado por fundos comunitários a 85% no âmbito do PDR 2020. Mas o responsável da Florestgal considera importante que haja apoio para manutenção. "A nossa expectativa é que daqui a cerca de 25 anos se possa começar a fazer a exploração. Por isso, contamos que, nestes primeiros 20 anos, os apoios do Estado à manutenção dos povoamentos florestais possam ser cedidos pela Forestgal e por outras entidades, para que as plantações não fiquem ao abandono e que possam ser geridas devidamente e que quando começarem a render os apoios do Estado possam ser dispensados".
O terreno era da Portucel, mas tornou-se propriedade do Estado há cerca de 20 anos. A intervenção foi ontem visitada pelo secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, João Paulo Catarino, que explica que em todo o país os eucaliptos em propriedades do Estado vão ser substituídos. "Esta empresa gere à volta de 14 mil hectares. Todos os que estiverem na esfera do Estado serão substituídos".
O Governo quer também incentivar os privados a investir numa floresta com mais espécies autóctones e de crescimento lento. Para isso há apoios no Plano de Recuperação e Resiliência, que tem uma dotação de 270 milhões de euros para os privados. "O Estado pagará a 100% estas operações e, depois, haverá do Fundo ambiental, a 20 anos, para a manutenção destas espécies. São projectos a par destes para a iniciativa privada. Já aprovámos 47 áreas integradas da gestão da paisagem e será, brevemente anunciado, mais um conjunto de várias áreas. Algumas delas têm condições para ser aprovadas mas ficarão condicionadas à disponibilidade de verba".
Na região há já quatro áreas integradas de gestão da paisagem aprovadas, nos concelhos de Alfândega da Fé, Bragança, Freixo de Espada à Cinta e Mogadouro.
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